Seria hora de enviarmos uma mensagem interestelar… ou não?
Membros do instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence - em português: Procura por Inteligência Extraterrestre), dizem que já passou da hora. Mas outros pesquisadores querem tomar uma abordagem mais cautelosa para que seja encontrado um consenso internacional, antes de exporem a Terra para o resto do Universo.
Douglas Vakoch, diretor de composição de mensagem interestelar do Instituto SETI, em Mountain View, Califórnia – EUA, não descarta a necessidade de considerar os assuntos éticos ou políticos, mas diz que será muito difícil que seja alcançado um consenso.
"É um pensamento [do tipo] ‘uma coisa ou outra’ ", diz ele. “Ou temos uma discussão internacional, ou transmitimos. Deveríamos estar fazendo ambas as coisas.” Mas David Brin, um astrofísico e escritor de ficção científica, diz que a quietude relativa de rádio da Terra não deveria ser mudada tão radicalmente, tão rapidamente.
“Se você está indo transformar uma das maiores características… do nosso planeta, aprendemos que pequenos grupos não deveriam fazer isso de forma categórica.”
Desde que o movimento do SETI começou na década de 1960, ele tem, pela maior parte, utilizado radio telescópios para escutar ondas no espectro eletromagnético, por algo fora do ordinário.
Em contraste, exemplos do SETI ativo, também chamados de METI (Messaging Extraterrestrial Intelligence - em português: Mensagem de Inteligência Extraterrestre), enviando deliberadamente mensagens aos céus – têm sido muito raros.
Em 1974, uma mensagem de rádio foi transmitida do telescópio de Arecibo, da ilha de Porto Rico, em direção à um agrupamento de estrelas a 25.000 anos luz de distância. Brin diz que houveram outros “truques”. Em 2008, por exemplo, a empresa de salgadinhos Doritos enviou uma propaganda a partir de uma estação de radar na Noruega para um sistema estelar potencialmente habitável, a 42 anos luz de distância.
Defensores do SETI ativo dizem que alienígenas com ouvidos afiados poderiam já captar alguns dos sons ambientes da Terra.
As transmissões atuais de rádio e TV poderiam ser ouvidas somente alguns poucos anos luz de distância com a tecnologia de rádio telescópio atual da Terra, mas Vakoch diz que uma civilização avançada teria técnicas de escuta muito mais desenvolvidas.
Brin diz que esta é a “desculpa da porta de celeiro” e adiciona que muitas técnicas do SETI ativo enviariam mensagens poderosas e focadas, as quais viajariam muito mais longe do que as transmissões do dia-a-dia da Terra. Ele visualiza as mensagens do SETI ativo como poluição cósmica, e não exploração.
Embora não esteja preocupado sobre invasões de alienígenas, ele acha que a presunção de benevolência – ou mesmo da existência de alienígenas – é exagerada.
Vakoch diz que o Instituto SETI não possui planos iminentes para começar a transmitir mensagens, mas ele descobriu que outras organizações não estão dando início a conversações internacionais para discutirem o assunto. Ele diz que uma forma eficiente de transmissão de mensagens seria a de adicionar mensagens no curso regular da execução de ciência planetária.
Quando o radar de Arecibo é usado para estudar asteroides, por exemplo, mensagens poderiam ser enviadas às estrelas próximas da linha de visão do asteroide, sem muito esforço adicional. O que estas mensagens incluiriam?
Seth Shostak, uma astrônomo do Instituto SETI, quer enviar toda a Internet.
Vakoch preferiria algo mais modesto que transmita os desafios que a humanidade enfrenta.
Brin não vê uma resolução desse debate apaixonado a curto prazo. “É uma área onde as opiniões reinam, e todos têm uma opinião forte.”
Fonte: Locklip
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