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(Imagem Ilustrativa: Google Imagens)

Em um belo dia de sol, na fazenda de uma das famílias mais influentes da pequena cidade de Royale Town, estavam a brincar três irmãos. Essas três crianças eram filhos do dono da fazenda e também prefeito da cidade, John White. 

Os três filhos deste homem se chamam Charles White, o filho mais velho de 10 anos, a filha do meio Anya White de 7 anos e o caçula William White de 6 anos. Desde que nasceram seus pais nunca tiveram tempo para as pobres crianças. Eles eram cuidados e ensinados pelos governantes da casa, e esses eram muito rígidos devido a ordens da própria família, já que seriam sucessores e herdeiros de todos os bens e posses da família. Como eram cuidados por empregados, nunca receberam amor de ninguém, exceto de seus outros irmãos, nem mesmo seus pais os davam amor ou carinho. Desta forma nenhum dos irmãos queria seguir os negócios da família e odiavam a forma que viviam. 

Eis que, nesse belo dia de sol, os três irmãos estavam livres das tarefas e resolveram brincar de esconde-esconde, e adivinha quem procurava? Sim, o irmão caçula, como sempre. Enquanto o mais novo contava, os outros dois irmãos correram para se esconder, separando-se um do outro. O irmão mais velho correu em direção a floresta e adentrou em meio as árvores. Mas lá não havia um bom lugar além das próprias árvores e arbustos para se esconder, então, ao olhar mais adiante, Charles viu a Torre Proibida das histórias dos empregados e a qual seus pais haviam dito para jamais entrar. Mas ele entrou mesmo assim.

Havia algumas mesas, quadros, caixotes e estantes, tudo estava muito empoeirado e cheio de teias de aranha, ninguém visitava o local há anos e, ao lado, uma escada que parecia levar ao topo daquela torre. Charles subiu as escadas e levou um bom tempo até que chegasse ao topo. Assim que chegou ficou encantado.

A sala em que se encontrou era enorme, cheia de estantes repletas de livros, uma enorme mesa ao centro muito bem trabalhada assim como as cadeiras e o restante da mobília que decorava o lugar. Tudo parecia ter um tom tão medieval. A disposição das janelas e os quadros nas paredes eram tudo bem posicionado de forma que os deixasse simétricos. Mas o que mais chamou a atenção de Charles foi a quantidade de livros. Era imensamente maior que a coleção de livros que tinha em sua casa. Ele ficou se sentindo como se estivesse em uma biblioteca, mesmo que nunca tivesse estado numa antes.

Charles olhou um, depois outro livro até que achou um pelo qual se interessou e começou a ler. Muito tempo passou e o garoto percebeu que estava faminto. Ele deixou o livro no local que tinha encontrado e fez seu caminho para casa, decidido a voltar àquele lugar outras vezes. Ao chegar em casa, lhe perguntaram onde havia estado por toda a manhã, então, astuto como era, simplesmente mentiu. Mentiu até para seus próprios irmãos, e sua ida àquele lugar continuou por muito e muito tempo.

Depois de quase um ano desde a primeira vez em que esteve na Torre Proibida, Charles encontrou um livro estranho. Era um livro preto, com um simbolo do qual nunca havia visto antes na capa, estava bastante surrado e, ao abri-lo, percebeu que era escrito numa linguagem que desconhecia, além da imensa quantidade de símbolos e desenhos macabros. A curiosidade bateu forte em Charles e ele decidiu que queria ler aquele livro. 

Três anos se passaram. Charles encontrou muitos outros livros na Torre, porém nenhum como aquele livro que havia encontrado três anos atrás, no entanto, esses livros o ajudaram e ele finalmente conseguira entender o que estava escrito naquele estranho livro preto, e então a surpresa: aquele livro se tratava de ocultismo, magia negra. Dentre aos diversos rituais macabros, um chamou sua atenção: um ritual que impedia o envelhecimento para sempre. 

Aquilo entrou na mente de Charles. De todo seu sofrimento em vida sua infância com seus irmãos tinha sido a melhor coisa que aconteceu a ele e ele não queria perder tudo aquilo, ele já estava com 14 anos, mais um ano e deixaria toda sua infância para auxiliar seu pai com os negócios da família, mas ele não queria aquela vida para ele, muito menos para seus irmãos, então se decidiu: ele iria fazer aquele ritual para si e seus irmãos.

Mas o ritual era algo horrível, Charles precisaria fazer coisas horríveis contra pessoas. Mas mesmo assim ele os fez. Obteve todos os itens necessários para o ritual, exceto um, o mais difícil de todos e o que o tomou mais tempo para conseguir; ele precisaria sacrificar uma garota virgem, sem falar que todas as pessoas que buscavam o beneficio com aquele ritual deveriam estar presentes. Então Charles planejou tudo. 

Ele encontrou uma garota da sua idade, e, com pouco tempo ganhou o coração da garota. Ele sabia que ela o gostava e que responderia ou faria qualquer coisa por ele. Charles então perguntou a garota se era virgem e se ela iria com ele até aquela Torre, junto de seus outros irmãos. A resposta foi positiva, porém, a garota o questionou sobre o que fariam lá e ele apenas pediu que confiasse nele, e foi o que ela fez. 

Convencer seus irmãos foi mais fácil. Charles tornou todos os detalhes de seu plano segredo e conseguiu fazer com que todos o seguissem até a Torre Proibida. Eles fariam lá um "piquenique" e desfrutariam da beleza e dos livros que haviam no local. Charles colocou sonífero na bebida e fez com que todos, sem desconfiar, tomassem. Assim que pegaram no sono ele amarrou cada um em uma cadeira e aproveitou o tempo em que estavam desacordados para fazer os preparativos para o ritual. Depois de tudo pronto era só esperar a meia noite chegar, porém, houve uma pequena falha em seu plano e todos acordaram antes da meia noite, surpreendendo-o. 

Charles então tomou o tempo que restava para explicar a todos os seus objetivos. Ele foi retaliado pela sua irmã e pela garota que iludiu. Seu irmão mais novo apenas observava a tudo calado. Sua irmã e a garota gritavam e choravam, pedindo a ele que parasse com aquela loucura, mas Charles acreditava que aquela era a única solução para que eles tivessem uma vida feliz e então, assim que estava próximo dos ponteiros marcarem zero hora, ele pegou uma adaga e um jarro e aproximou-se da garota. Ele a mataria e todos deveriam beber do sangue dela para concluir o ritual.

Em nenhum momento os choros e gritos para que parasse cessaram.

Então, quando estava prestes a desferir o golpe na garganta da garota, Charles foi surpreendido por sua irmã que havia escapado das amarras. Os dois caíram no chão e começaram uma briga rolando de um lado ao outro, até que, por fim, pararam de se mexer. Em poucos segundos sangue começou a escorrer no chão. Charles empurra o corpo de sua irmã para o lado e se levanta. Ele olha incrédulo para o corpo da irmã com a adaga cravada no peito e solta um grito cortante de desespero e de dor seguido por um mar de lágrimas que escorreram em seu rosto. Ele havia matado a irmã a qual queria que tivesse uma vida feliz junto de si e do caçula.

O silêncio quase tomou conta do local, salvo apenas por soluços do choro de Charles e da pobre garota.

Charles caminhou até seu irmão que o olhava sem expressões e o soltou. William se levantou, abraçou o irmão e disse: "Charles... nós devemos continuar com isso. A morte de Anya não será em vão, nós ainda podemos ser jovens para sempre. Ainda podemos!"

O irmão mais velho olhou chorando para o mais novo. Ele compreendeu que o que tinha feito não tinha mais volta, mas ainda poderia ser concluído. Ele então caminhou até o corpo de sua irmã, retirou a adaga de seu peito e voltou até a garota e disse: "Me perdoe". Porém, antes que pudesse golpeá-la a pobre garota gritou em seu último ato de desespero: "Eu não sou virgem! Por favor, pare. Eu não sou mais virgem..."

Charles parou, sua face foi tomada pelo ódio e pelo desespero e então desferiu um soco no rosto da garota com tanta força que a derrubou no chão, próximo ao corpo de Anya. Quase que no mesmo instante, Charles já estava em cima da garota e sua adaga perfurava seu peito.

"Me desculpe... Eu te amo... Mas... Mas não consegui dizer a você que meu pai abusava de mim... Isso era doloroso demais, mas todo o tempo que passei com você foi bom... foi incrível... Estou feliz por ser você quem acabou com toda a minha dor... Obrigada, eu te amo Charlie...".

Essas foram as últimas palavras da garota.

Charles travou, lágrimas e lágrimas escorriam de seu rosto e, sem que percebesse, gritava de desespero e tristeza profunda enquanto olhava para o corpo de sua irmã que amava e da única garota que o amou. Percebeu então que seu irmão se aproximou do corpo de sua irmã, se abaixou e lambeu o sangue do chão. 

"Charles... o sangue da mana é puro, tome você também e juntos seremos crianças para todo o sempre" - disse William sorrindo.

Charles se abaixou ao lado de William e também tomou daquele sangue. Ao terminar, se levantou e proferiu uma sequência de palavras na língua daquele livro. Assim que terminou os dois irmãos sentiram algo em seu corpo, sentiram que algo estava mudando-os por dentro, pela alma. Os dois irmãos não poderiam voltar para a casa depois daquilo, então decidiram fugir. 

Cinco anos depois os irmãos comprovaram que o ritual havia sido um sucesso, desde aquele dia eles não mudaram nada. Porém, mais algum tempo depois, Charles percebeu que os dois voltaram a se desenvolver e notou que cometeram um terrível erro ao beber o sangue direto do chão. O corpo da garota havia caído próximo ao de sua irmã, sendo assim, o sangue das duas se misturaram, então o sangue que beberam não era 100% puro.

Charles percebeu que, para continuarem sendo jovens, a única saída que teriam seria repetir o ritual, mas infelizmente não conseguiram juventude eterna, pois já estavam contaminados pelo sangue impuro do primeiro ritual. No entanto, um ritual perfeito lhes garantia cerca de oito anos de juventude.

E, a cada oito anos, os dois irmãos repetem esse ritual, realizando assim seu sonho de serem crianças para todo o sempre.

Escrito por: Alan Cruz
Para: Não Entre Aqui e Ler Pode Ser Assustador

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