O desaparecimento de Tara Calico
Dia 20 de setembro de 1988, perto de Belen, Novo México. Era uma manhã perfeita para um passeio de bicicleta. Tara Calico, 19 anos, sempre andava por cerca de 29km pela State Road 47, antes de voltar para casa.
Tara deixou sua casa em Rio Communities, com a bicicleta rosa de sua mãe. Sua própria bicicleta havia furado o pneu na sua última saída. Esses pneus sempre furavam durante seu dia-a-dia: estudando na Universidade do Novo México, Campus de Valencia, para se tornar psicóloga ou psiquiatra, e trabalhando como contadora no banco local, ela era uma moça extrovertida e bastante ativa. Preocupada que alguma coisa pudesse atrapalhar seus planos de jogar tênis na manhã seguinte, ela pediu para sua mãe ir busca-la, caso ela não voltasse para casa até meio dia.
Meio dia e cinco, a mãe de Tara, Patty Doel, pensou que a filha poderia estar com problemas na bicicleta durante o caminho. Algumas horas depois, alguns amigos tinham que pegar a irmã mais nova de Tara, Michele Doel, e dizer para para ela que sua irmã estava desaparecida.
A família nunca mais viu Tara. A não ser por uma foto polaroid, que apareceu em 1989, onde aparece Tara (e, talvez, um menino também desaparecido chamado Michael Henley) e então ela nunca mais foi vista. E 1989 foi há muito tempo atrás.
A BUSCA
A casa de Tara vista pelo Google Maps
A mãe, Patty e seu padrastro John Doel, procuraram Tara Calico por anos. Eles se tornaram deputados auxiliares, e isso permitiu que eles andassem armados, podendo entrar em contato direto com agências policiais em nome do departamento do xerife.
Logo após o desaparecimento de Tara, milhares de vizinhos se misturaram aos Doels para vasculharem as redondezas da State Road 47, criando uma campanha com mala direta solicitando ajuda, não somente da polícia, mas de todos os departamentos dos Estados Unidos e dos programas de televisão.
Havia pistas... Depois mais nada.
No dia depois que Tara desapareceu, Patty Doel encontrou uma fita cassete da banda Boston, no acostamento da pista Brugg Street, alguns quilómetros ao sul de sua casa; Doel acreditava que aquela fita era de sua filha. As marcas de pneus de bicicleta próximos foram encobertos pela sujeira. Mais tarde, a família encontrou parte de um Walkman da Sony, possivelmente pertence de Tara, ao longo do acampamento John F. Kennedy. Isso era 30 km da casa de Tara, um pouco mais longe do que ela planejada andar de bicicleta naquele dia.
Patty Doel acreditava que Tara estava tentando deixar um rastro. Mas ninguém foi hábil o bastante para segui-lo.
Testemunhas reportaram terem visto um picape branca ou cinza, que acreditavam estar seguindo Tara aquele dia. Isso também não deu em nada.
A pista mais promissora e mais frustante, foi uma foto encontrada, em que muitos diziam ser Tara e um outro desaparecido da área, em que acreditavam-se ser Michael Henley Junior.
A FOTO
Michael Henley Junior desapareceu em abril de 1988. Ele estava caçando perus com seu pai nas montanhas Zuni, a uma hora de Albuquerque. Ele tinha 9 anos.
Michael Henley
Quando a polaroid apareceu no estacionamento, em junho de 1989, garantiu uma esperança maior para a família Henley e a família de Tara. A foto, que uma mulher encontrou na área externa de uma loja de comida, na rua Port, Florida, mostrava um jovem mulher e um menino. Ambos estavam amarrados e amordaçados, no que parecia ser o interior de uma van. Dava para ver a cópia de um livro de V.C. Andrews, que amigos disseram ser o autor favorito de Tara.
A mulher que encontrou a foto, viu uma van da Toyota branca deixar o local, pouco antes da foto aparecer. Uma patrulha falhou na tentativa de encontrar o veículo, que era procurado sendo conduzido por um motorista homem, por volta de 30 anos, com bigode.
Patty Doel inicialmente pensou ser Tara na foto, mas depois disse que não parecia com sua filha, pois o inchaço ao lado dos olhos da mulher, não lembravam sua filha. Mas ainda assim, ela pensou que Tara poderia ter acabado de acordar; visto que uma foto de sequestro não captura o melhor da vítima. Uma cicatriz na perna da mulher, combina com a que Tara tinha, originada de uma acidente de carro. Gradualmente convencida de que era Tara, Patty acreditou que aquela era sua filha desaparecida. Marty Henley também hesitou, mas ficou mais do que convencida de que era seu filho naquela foto.
Comparação com as fotos
Os peritos da Scotland Yard acreditavam que a foto mostrava mesmo Michael e Tara; peritos da Los Alamos National Laboratory discordavam, e o FBI não confirmavam nada. Algumas evidencias "soltas" sugeriam ser Tara na polaroid: uma testemunha viu uma mulher que lembrava Tara, com um grupo de homens que pareciam restringi-la, numa praia ao sul da Flórida, alguns dias antes da foto ser encontrada.
Um problema com esse cenário: O restos mortais de Michael Henley foram encontrados nas montanhas Zuni em 1990, não muito longe de onde ele desapareceu. Investigadores agora acreditam que ele morreu no local. Poderiam os seqüestradores terem retornado ao local do sequestro? Quem é esse menino? É Tara na foto? Amadores e investigadores possuem teorias sobre o que aconteceu, mas o corpo e outras evidencias provam ser tudo especulações.
UM MISTÉRIO NÃO RESOLVIDO OU UM CRIME IMPRESCRITÍVEL?
A família de Tara nunca desistiu. Mas o tempo abalou. O pai de Tara morreu em 2002. Em 2003, sua mãe e seu padrasto, finalmente deixaram a casa onde Tara cresceu e se mudaram para Port Charlotte, na Flórida. Em maio de 2006, após vários ataques súbitos, Patty Doel morreu. O marido dela contou em um programa de tv, que ele achava que Tara estava morta, senão ela já teria voltado para casa. Mas sua mulher sempre esperou ela voltar.
Os oficiais nunca deixaram ter muitas esperanças que Tara estivesse viva, mas alguns deles nunca deixaram de insistir em resolver o caso.
O xerife Rene Reviera contou ao jornal de Albuquerque, que ele tinha uma ideia sobre quem seria o responsável pelo desaparecimento de Tara. Ele disse que testemunhas disseram ter visto dois adolescentes encurralarem Tara naquela manhã de setembro. Os garotos a seguiram ao longo da estrada 47, com uma Ford pick-up, pretendo assedia-la ou até mesmo ataca-la - ela era uma garota bonita, popular, que os garotos sempre tentavam chamar a atenção -. Eles podem ter acidentalmente batido nela com a caminhonete, e no pânico a mataram. Ele acreditava que o assassino não agiu sozinho - talvez até os pais ajudaram -, escondendo o corpo e encobrindo o crime. Mas Riviera precisava de mais evidencias.
Em 2003, um caso de assassinato contra o tenente da polícia, Mark McCracken, fez com que revivessem o caso de Tara Calico. McCracken foi indiciado, mas não condenado pelo assassinato de sua esposa. Havia um boato que McCracken tivesse tido um caso com Tara Calico; mas nada o ligava no desaparecimento de Tara.
Em agosto de 2009, na Flórida, a polícia recebeu duas levas de cartas de Albuquerque. Cada envelope continha uma foto de um menino de cabelo castanhos, com a região da boca pintada de tinta branca - o que remetia ser um imitação da polaroid de 1989, que o menino estava com a boca tapada. O detetive Jake Richards disse que essas fotos foram enviadas para outros departamentos da polícia e para algumas igrejas, mas os investigadores não conseguiram tirar DNA ou alguma outra informação das fotos.
No mesmo dia, um jornal recebeu uma cópia da carta de uma mulher da Califórnia, que dizia ter tido uma visão e que Tara teria sido enterrada na Califórnia.
Melinda Esquibel, que foi companheira de sala de Tara, está fazendo um documentário sobre o desaparecimento da amiga. RJ Mitte, que atua como Walter White Junior, em Breaking Bad, é o produtor executivo.
Fonte: Paixão Assassina
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O NEA agradece o seu contato, responderemos em breve!
Continue navegando pelo nosso blog e conheça nossas redes sociais
--------
https://www.facebook.com/naoentreaqui.blogspot
-------
https://www.instagram.com/nea.ofc/