(Imagem Ilustrativa: Google Imagens)
- Está na hora de deitar.
- Pai, conta uma história?
- Claro filho!
Em uma manhã cinza e gelada, uma linda mulher que, há alguns anos, depois de decidir deixar seu filho e o marido para trás e resolver morar sozinha, numa cabana isolada de todo mundo no meio de uma floresta a quilômetros de distância da civilização, acordou. Porém, dessa vez, diferente de todos os dias dos últimos anos, ela não estava só.
- Ah, adoro essa história papai! - interrompeu o garoto.
Ela logo notou que nas suas costas um calor vindo de um corpo que não era o seu a aquecia. Ela se virou, espalhando os lençóis e cobertas que já estavam bagunçados e deixando uma dessas cobertas cair no chão. Ela olhou para o rosto da pessoa que estava deitado junto de si.
- Enfim acordou, Elizabeth! - disse o homem que estava deitado com ela.
- Não sei de quem está falando. - disse a mulher enquanto levantava nua da cama e caminhava pelo chão de terra da pequena cabana em direção a sua pequena lareira construída de barro.
O homem levantou em seguida, também nu, agachou-se para pegar a velha coberta antes derrubada nos pés da cama e notou, ao pega-la, que havia um certo odor vindo debaixo da cama. Esse forte odor o deixou curioso e fez com que ele olha-se lá. Tudo o que viu foi uma corrente amarrada ao que parecia ser um alçapão.
O homem voltou seu olhar para a mulher enquanto colocava a coberta novamente na cama. Ela tinha um corpo lindo, sujo, mas lindo, assim como seus olhos, seu sorriso e sua voz. Então ele tirou seu olhar dela e prestou um pouco mais de atenção no local onde estava.
Não havia divisões e muito menos cômodos. Nas paredes de madeira velha e deteriorada haviam diversos símbolos, amuletos e pedaços de animais pendurados. O telhado estava cheio de buracos e por cada um desses buracos um frio horrível entrava.
A mulher continuava em frente a lareira, ela parecia preparar algo para o desjejum enquanto o homem continuava a notar a forma miserável do lugar. Uma mesa velha, uma única cadeira, algumas facas velhas enferrujadas, colheres de madeira e pratos de barro.
A mulher se virou para o homem e, com um olhar de desdém, aproximou-se dele e carinhosamente passou a mão em rosto, desceu pelo peito e parou na cintura, mudando completamente a direção e pegando seu casaco que estava emaranhado com os lençóis e cobertas. Ela vestiu, deu um último olhar para o homem e saiu pela porta que mal se fechava, sem dizer uma palavra.
O homem retirou suas roupas do meio de toda aquela bagunça e as vestiu. Assim que o fez, empurrou com força aquela cama o suficiente para que pudesse abrir o alçapão. E o abriu. O forte cheiro bateu em seu nariz e embrulhou seu estômago. Notou que havia uma escada, mas a escuridão lá em baixo era tanta que mal podia ver.
Olhou a sua volta e notou que ao lado da lareira havia um lampião. Caminhou até lá, pegou o lampião e deu uma olhada no que a mulher preparava dentro daquela enorme panela de barro. - Meu Deus...
Virou as costas controlando-se para não vomitar e decidiu entrar de uma vez por todas lá em baixo, e o fez. O lugar parecia uma caverna úmida, algo líquido e viscoso vertia das paredes e havia uma quantidade enorme de panos e lençóis bloqueado a visão. O homem foi passando por esses panos e notou que em cada um deles havia um símbolo que se repetia em todos e um nome masculino. Esses nomes não eram estranhos para ele, sim, ela já tinha visto esses nomes no noticiário. Nomes de homens que foram decapitados e apenas o corpo, sem a cabeça, foi encontrado.
Mas o homem não se assustou, não entrou em pânico muito menos ficou com medo.
Ele continuou seguindo em frente, pano por pano até que chegou em um e notou seu próprio nome escrito ali, mas sem um simbolo. Neste instante seu coração gelou, mas ainda assim passou por aquele pano que se revelou ser o último, mostrando o maior horror que viu em toda a sua vida. Uma imensa parede com cabeças empaladas em sequência. Notava-se que a primeira da esquerda era apenas um crânio com resquícios de pele e fios de cabelo, mas a última da direita ainda estava em decomposição.
Ele assustou-se, deu um passo para trás escorregou e caiu. Sua respiração palpitava, ele se virou e correu, correu em direção a escada subiu e, quando finalmente estava dentro da cabana novamente, notou que a mulher o esperava, com um sorriso maligno no rosto e uma daquelas velhas facas em mãos.
- Porque Liza? Porque você continuou com isso?
O sorriso maligno se foi, e agora um leve e doce sorriso tomava conta de seu rosto, então ela começou a falar:
- Porque? Eu ainda não completei meu objetivo, e tenho medo de nunca conseguir completá-lo. Agora vá embora, eu não posso completar esse objetivo porquê não consigo matá-lo. Essa cabana desaparecerá, os assassinatos cessarão por um tempo e um dia eu te verei de novo. Só espero conseguir tomar sua vida nesse dia.
O sorriso maligno tomou conta do lindo rosto da mulher novamente e ela avançou sobre o homem.
Este homem acordou num hospital, já era noite e ele tinha um curativo em seu rosto.
Os policiais ao notarem que ele tinha acordado, vieram interrogá-lo, mas tudo o que o homem pode dizer era que não se lembrava de nada antes de ter saído de casa para ir ao mercado.
Mas a verdade é que ele não pôde entregar a mulher que ele ama. Fim.
- Papai, um dia eu quero ver a mamãe!
- Sim, meu filho. Sinto que logo ela virá nos visitar. Agora durma, durma...
Escrito por: Alan Cruz
Para: Não Entre Aqui e Ler Pode Ser Assustador
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