[Tenha a certeza de ter lido O Acordo - Parte 1 antes de ler esta história]
Naquele instante, ele vislumbrou tudo o que resultaria daquele acordo. Enquanto seus lábios estavam colados nos dela, ele viu seu futuro, sua casa, seu emprego, seu carro, sua fazenda e tudo o que um fazendeiro bem sucedido pode querer. E mais... Ele viu sua mulher e filhos. Eram dois. Uma linda menina e um menino, igual ao pai. Nesse instante ele voltou a si, e as duas bocas se afastaram.
- Nossa, o que foi isso?
- Esse é o futuro que você e sua família terão.
- O quê? Como assim? Como isso é possível?
- Eu já disse, e torno a repetir. Eu vou ajudá-lo.
- Quando? E como?
- Amanhã. Você verá. Agora leve seu balde cheio de peixes e alimente sua mulher. Ela precisa de muitos nutrientes para fortalecer as duas crianças que carrega no ventre.
Scott olha para o balde e não acredita no que vê. O balde estava cheio de grandes peixes. Ele volta a olhar para a mulher, mas ela já não estava mais lá. Ele estava só, em uma encruzilhada mal iluminada pela fraca luz da lua. Então o homem carrega, com dificuldade, o balde e faz seu caminho de volta para casa, incrédulo, porém, feliz.
***
Judith ouve a porta se abrindo.
- Droga Scott, porquê demorou tanto?
- Me desculpe amor, mas olha o que consegui pra gente!
- Nossa, não acredito! Vou prepará-los agora mesmo amor!
- Eu ajudo você minha Deusa!
Antes de pegar aquele balde farto de peixes o casal apaixonado se beija. Felicidade irradia de suas faces.
Os dois preparam o alimento e se deliciam com a saborosa carne acompanhada de saladas. Enquanto jantam, os dois conversam sobre como poderiam resolver os problemas financeiros. Scott desconversa, foge do assunto e pede para que sua mulher apenas aprecie a boa comida, que tudo se resolveria no dia seguinte.
Era tarde da noite, Scott dormia com sua mulher quando ouve um barulho e acorda. Ele se levanta, tomando cuidado para não despertar sua mulher. O estranho barulho parecia vir da cozinha. Era como se algum animal estivesse revirando o lixo. Ele chega até a cozinha e acende a lamparina, revelando uma estranha criatura revirando seu lixo, comendo as entranhas dos peixes.
Ele se assusta, não sabe que tipo de animal horrível e nojento era aquele. Pega então um pedaço de ripa que estava apoiando a porta do quarto para que não fechasse e mira na criatura, pronto para desferir um golpe, mas para assim que a criatura começa a falar.
- Eu vim lhe trazer a salvação.
Os olhos da criatura brilham num vermelho intenso. A criatura se contrai e começa a fazer estranhos movimentos até que, por fim, vomita os restos que havia comido. A criatura com seus pequenos braços o estica e com sua mão pega algo da nojeira que acabou de vomitar. Uma pedra dourada e brilhante, e sorri soltando levemente uma gargalhada arrepiante. A lamparina se apaga.
- Scott? Amor? Acorda amor!
Scott abre seus olhos.
- Nossa, que sonho louco.
- Eu que o diga! Você está bem querido?
- Bem melhor agora. Nossa, já é de manhã?
- Sim, amor.
- Tenho que levantar. Preciso ir para a cidade. Tenho que dar um jeito na nossa situação.
- Tudo bem amor. Vou esquentar uma água para que possa tomar um bom banho. E farei também um chá para o desjejum.
Judith se levanta, veste uma camisola velha e toda encardida e sai do quarto. Scott esfrega seu rosto, estica os braços e se despreguiça.
- Ai meu Deus! Amor! Amor! - Judith grita da cozinha. Scott levanta-se num pulo e corre até ela que estava agachada no chão e se vira, mostrando a Scott não só uma, mas algumas pepitas de ouro em meio ao lixo revirado no chão.
- Como não vimos isso antes amor! Isso vai resolver nossos problemas!
Scott estava boquiaberto. O que viu naquela noite era real.
No mesmo dia o casal estava a dormir, desta vez, numa cama melhor, dentro de uma casa melhor, numa fazenda só deles e com comida a vontade. Todos os seus problemas pareciam estar resolvidos, exceto por uma coisa.
A moça que Scott encontrou retornou, dessa vez em seu sonho, totalmente nua. Os dois fizeram amor e, pouco antes de acordar, ela lhe disse:
- Tomarei para mim um de seus filhos...
Scott acordou assustado com os gritos de dor de sua mulher. Ela estava em trabalho de parto.
Para Judith, foi uma surpresa saber que não era uma, mas duas crianças em seu ventre, um menino e uma menina. O casal, depois de alguns dias, decidiu chamá-los de Matthew e Anna Barker.
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