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[Tenha certeza de ter lido a primeira parte de: "Meu Pesadelo Acordou Para a Realidade" antes de começar a ler este conto]


Tudo ficou escuro. Percebi que estava com minhas mãos ao rosto e chorando. 

- Ah é mesmo, meu pai ele... - foi então que lembrei daquela garota e, lentamente, tirei as mãos de meu rosto. Eu estava em meio a escuridão, sentado em um banco desses de praça e, aquela garota... Ela estava sentada ao meu lado.

Eu me levantei e fiquei de frente para ela. Ela parecia olhar para o além, o sorriso em seu rosto mais diabólico do que sempre foi. Eu não aguentei olhar para ela, meu ódio, a dor de perder meu pai fez com que meu punho se movesse em direção a face da maldita garota, mas antes que meu punho pudesse a acertar, eu estava novamente sentado ao lado da garota, como se tivesse sido teletransportado para lá. Eu tentei golpeá-la tantas vezes até perder a conta, e além; tentei fugir, correr para longe, mas foi tudo inútil, eu sempre aparecia sentado ao seu lado. 

Eu resmunguei, gritei, pedi explicações, mas ela não respondia, sequer se mexia. Eu permaneci ali, sentado ao lado da garota por muito tempo, então eu simplesmente decidi ignora-la, fingir que não estava ali. Eu deixei de olhar para a garota, deixei de pensar nela, em meu pai, em tudo, exceto Sabrina. Fiquei relembrando o sonho que tive... Eu não percebi mas, eu havia fechado meus olhos. 

Quando os abri novamente, percebi que minha visão estava embaçada, mas certamente eu não estava mais naquela escuridão, antes que eu notasse que tinha acordado pude ouvir a voz de minha mãe, exaltando felicidade...

Voltamos no mesmo dia para casa. Ao chegarmos, minha mãe explicou o que houve e eu fiquei surpreso. 

Eu, logo após minha mãe ter me deixado na varanda, desmaiei e, por algum motivo (aquela maldita garota, o que ela fez comigo?) entrei em coma. Fiquei 21 dias desacordado. Devido a isso, perdi o enterro de meu pai, então decidi que no dia seguinte visitaria seu túmulo. Eu também tinha alguns exames médicos para fazer no dia seguinte, então minha mãe decidiu que faríamos tudo juntos. Eu consenti. 

Naquela noite eu sonhei novamente... 

Eu estava voando pelas ruas do centro de minha cidade. Aquela era uma sensação incrível, eu aproveitei ao máximo e, até então, não tinha me dado conta de que era um sonho, até que algo chamou minha atenção. Eu voava por uma das principais ruas da cidade, olhando para todos os lados, quando passei por cima de um ponto de ônibus e algo me deixou inquieto. Eu pousei do outro lado da rua e olhei em direção a aquele ponto de ônibus, antes que eu pudesse ver as pessoas que esperavam, um ônibus parou para o embarque e desembarque de passageiros. Eu fiquei observando, o ônibus ficou lá por quase um minuto, as pessoas que desceram eram todas desconhecidas, então o ônibus arrancou e entrou em movimento, passando por mim. Foi nesse instante que eu percebi que estava sonhando.... Enquanto o ônibus passava eu pude ver, passando a roleta, aquela maldita garota.

- Matheus, Matheus, filho! Tudo bem querido, tá tudo bem... - disse minha mãe me abraçando forte. Mais uma vez eu havia acordado chorando e gritando. 

Visitamos o túmulo de meu pai pela manhã e fomos ao centro fazer os exames. Finalizamos tudo e já era 13:27, estávamos famintos. Minha mãe decidiu então que comeríamos em uma lanchonete no centro mesmo. Depois de andar alguns quarteirões de onde comeríamos pois não haviam vagas para estacionarmos, encontramos um lugar para deixar o carro e faríamos o percurso até a lanchonete à pé. 

Assim que descemos do carro e começamos a caminhar eu me senti estranho mas pensei que fosse devido aos remédios que me ministraram nos exames que fiz. Eu e minha mãe continuamos a caminhar, o sinal estava prestes a fechar quando íamos atravessar uma das ruas principais, eu parei, olhando para minha esquerda... Mais uma vez fui atingido por aquela estranha sensação, até ver um ônibus vindo em alta velocidade. Eu gelei, pude ver tudo ficar manchado de vermelho e o som dos pneus atritando com o asfalto e esmagando o corpo de minha mãe. Meu olhos arregalaram, minha garganta travou, meu coração parecia ter parado de bater.

O ônibus parou instantes após, eu andei incrédulo até ele e me ajoelhei sobre os pedaços de minha mãe esparramados pelo chão. Pessoas se aproximavam de todas as partes. Pude ouvir um "tsss" das portas do ônibus se abrindo. Eu olhei lentamente para a porta que se abria e vi, descendo do ônibus, a garota... Seu sorriso dessa vez estava mais discreto, mas ainda era diabólico. Ela caminhou em minha direção, coisa que nunca havia feito antes. Meu coração disparou, minha respiração ficou ofegante, mas meu corpo não se movia, e eu parecia ser o único que podia vê-la. 

Ela chegou bem próximo a mim e também se ajoelhou. A garota esticou o braço passando o dedo na poça de sangue da minha mãe e depois o colocou na boca, chupando. Naquele instante o meu desespero superou a morte de minha mãe, eu iria gritar, mas fui silenciado. A garota colocou o dedo que chupava em minha boca, seu sorriso voltou a ser largo e diabólico como era antes.

"Shhhhhhhhhhhhhhhh, foi você quem fez isso..."

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