(Fonte: Pinterest )
Olá pessoinhas, esse conto a seguir está sendo baseado em uma história real, no meu local de trabalho escuto muitas coisas e achei que valia a pena trazer essa história para vocês. Alguns fatos, nomes e lugares vão ser alterados, não tenho certeza se esse conto te dará medo. Mas vale a pena ler.
***
Todos os dias saio para trabalhar as 05:35 e só chego em casa as 20:40 o que é uma tarefa bem difícil já que tenho uma filha de 13 anos que precisa de acompanhamento constante por causa da diabetes, ela é do tipo 2, então precisa do máximo de atenção.
Sou divorciada, então somos só nós duas contra o mundo. Preciso de dois empregos para conseguir manter a minha filha saudável e confortável. Normalmente pago um valor simbólico para uma vizinha nossa ficar de olho nela e isso já me deixa um pouco aliviada.
Hoje saí para trabalhar com a promessa de voltar para casa e a levar em um parque de diversões. Trabalhei normalmente.
Eu lembro de ter pedido a minha filha que fosse até a padaria comprar algo para lanchar, mas que seguisse as orientações de dieta certa. E foi ai que a minha vida virou um pesadelo.
Quando cheguei em casa, minha filha não estava em canto algum. Eu a chamei e procurei em cada cômodo da casa na esperança de ela estar brincando comigo. Corri na casa de nossa vizinha, mas fui informada pelo filho dela que naquele dia ela tinha saído de manhã e não havia voltado ainda, perguntei se ele havia visto minha filha e ele simplesmente disse ''não'' como se não importasse.
Por sorte - ou não- em nossa rua temos câmeras, então pedi para olharem tudo, desde a hora em que eu saí ate a hora em que cheguei.
As 10:15 vejo minha filha saindo de casa, ela anda em direção a padaria, mas perdemos a visão por que a câmera não registra o outro lado.
11:18 minha filha não retornou.
15:30 minha filha não retornou.
Comecei a chorar em desespero, ela precisa da insulina... Eu não sabia oque fazer. Então fui até a policia.
Lá eles me disseram que adolescentes são assim, que ela poderia ter saído com os amigos e que logo logo voltaria, eu expliquei que ela precisa de insulina e eles disseram que só poderiam começar as buscas após 24 horas do desaparecimento.
Fiquei inconsolável. Minha filha sozinha, sem saber onde e sem comer ou beber... sem insulina.
Comecei eu mesma minhas buscas, nenhum vizinho viu nem ouviu nada. 00:57 minha filha ainda não apareceu. Oque eu faço?
02:48 recebo uma ligação.
-Alô?
-Desculpa, a senhora é mãe da Leila?
-Quem está falando? oque sabe sobre ela?
Meu coração se acelerou. a essa hora da madrugada alguém ligar falando da minha filha não parecia nada bom.
- Encontrei sua filha desmaiada na calçada e vi o bilhete de identificação no cordão dela, a senhora deve estar muito preocupada, eu a trouxe para o hospital próximo, a senhora pode vir para cá agora?
Eu só conseguia chorar, não sabia oque estava acontecendo nem como minha filha estava. Corri o mais rápido que pude. E assim que cheguei ao hospital perguntando por Leila, veio um rapaz falar comigo.
-Eu liguei para a senhora..
-Graças a deus você a achou... onde ela estava? com quem?
Enquanto ele me contava cada vez eu me recusava a acreditar. Ela estava sem os sapatos, roupas rasgadas, suja de sangue em alguns pontos. O pior passou pela minha cabeça... minha filha poderia estar morta.
Chamei um dos médicos que passavam e perguntei sobre minha filha, ele me disse que ela estava muito desidratada e inconsciente. Ela seria transferida para a UTI.
Eu não conseguia parar de chorar, minha filhinha? ela não...
Comecei a lembrar de tudo que aconteceu nos últimos dias, sua risada, sua vontade de se divertir, a promessa do parque de diversões... Por que isso está acontecendo? é algum castigo?
Imediatamente dois enfermeiros vieram falar comigo. Minha filha tinha sinais de agressão física, e seria possível que fosse confirmados os sinais de abuso sexual.
Eu chorei. Amaldiçoei a policia que não me ajudou, a nossa vizinha que não estava lá e desejei a morte para quem quer que tenha tocado em um fio de cabelo da Leila.
Hoje as 03:22 minha filha veio a óbito na UTI. Eu não sei oque fazer, só tinha ela no mundo.
Oque vai ser de mim agora?
Deus me castigou levando meu tesouro. E isso não vai ficar assim.
Hoje eu visito clinicas de reabilitação e escuto todos os casos, e desde então eu prometi pela minha filha, que todos os que fizeram mal a essas pessoas, eu vou caça-las uma por uma e elas nunca mais farão nada ruim de novo.
Faço questão de dar uma passagem só de ida para elas... Para o inferno.
Escrito Por: Camila Cruz
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