O ocultismo por si só é uma área que abrange diversos
outros campos, indo desde as bases da magia e feitiçaria até o esotérico e o entendimento
sobre o paranormal, ou seja, o que foge às regras claras da ciência e não se
configura como sendo “normal”, dentro das normas. Dentre os grandes nomes, muito
se ouve falar de Crowley, Flamel, Gardner, LaVey, Leví, entre outros. No
entanto, algumas personagens igualmente importantes são menos faladas em muitas
das vias de comunicação ao ponto de leigos não conhecerem acerca e notem:
muitas delas são mulheres.
Esse, queridos leitores, é o início de uma nova série de
publicações que visa dar enfoque a essas figuras importantes do ocultismo,
porém centralizando em algumas das grandes mulheres que construíram seu caminho
nesse mundo à parte. E a primeira da qual trataremos é ela, a fundadora da
Sociedade Teosófica e médium de grande poder psíquico, Helena Blavastky.
(Google Imagens)
Nascida na Ucrânia (Ekaterisnoslav em sua época) à meia
noite do dia 30 para 31 de julho (12 de agosto no calendário russo antigo).
Helena Petrovna Blavatsky nasceu prematuramente, e houve tantas complicações e
eventos bizarros que os serviçais da família lhe predisseram uma vida
tribulada. Sua linhagem era nobre e tradicional, com ancestrais que remontam à
história da própria Rússia. No entanto, ela era uma rebelde de primeira classe.
Com a morte de sua mãe aos onze anos de idade, passou a
ser criada pelos avós, e foi justamente nesse grande solar de sua família que,
na biblioteca de seu bisavô (príncipe Pavel Dolgorukov), encontrou livros de
ocultismo. Livros estes com os quais se identificou prontamente, pois já era
dotada de habilidades muito incomuns. Reza a lenda que tinha muitos amigos “invisíveis”
com quem costumava conversar, e se irritava quando os servos e membros da
família os ignoravam. Naquela biblioteca, aprendera sobre a Ordem Rosacruz e a
Maçonaria.
Casara-se aos dezessete anos com o general Blavatsky já
idoso, como resposta ao desafio de sua governanta de encontrar um homem com
coragem suficiente para casar-se com ela. Três meses depois, desmanchou o
casamento e saiu de sua terra natal, passando a rodar o mundo por nove anos. Algumas
de suas paradas foram a índia, o Tibete, África e América do Sul. Estudou
diversas religiões antigas, a cabala judaica e magia.
(Google Imagens)
Desde sua infância, dizia comunicar-se com seres de
outros planos e ter visões. Mas foi aos vinte anos que enfim encontrou
fisicamente Mahatma Morya, aquele que sempre lhe falara em sonhos. Este e mais
outro mestre, ao qual teve acesso por uma fraternidade secreta, iniciaram o seu
treinamento. Os Mahatmas (mestres) a queriam para dar continuidade ao trabalho
espiritual de Tsong-Kha-Pa, que consistia em esclarecer o mundo; trabalho dado através
da Teosofia.
Com os mestres, teria aprendido muito numa rígida e
disciplinada rotina de estudos, sempre viajando e até mesmo passando um tempo
em mosteiros. Em 1874 conheceu Olcott nos EUA, com quem fundou a Sociedade
Teosófica. Aqui ela explica em carta do que se trata:
“A Sociedade Teosófica será composta de ocultistas e
cabalistas eruditos, de filósofos herméticos do século XIX e egiptologistas em
geral. Queremos fazer uma comparação experimental entre o Espiritismo e a Magia
dos antigos seguindo literalmente as instruções dos antigos cabalistas, tanto
judeus como egípcios. Ao longo de muitos anos tenho estudado a filosofia
hermética em teoria e prática, e a cada dia me convenço mais de que o
Espiritismo em suas manifestações físicas não é nada mais do que a Píton de
Paracelso, ou seja, o éter intangível que Reichenbach chama de Od. As pitonisas
dos antigos costumavam magnetizar a si mesmas – leia Plutarco e seu relato
sobre as correntes oraculares, leia Cornelius Agrippa, a Magia Adamica de
Eugenius Philalethes, e outros. Você vai ver sempre melhor, e poderá se comunicar
com os espíritos por este meio, o auto-magnetismo”.
Em 1877 escreve Ísis
sem Véu em quatro volumes, um de seus escritos mais célebres, superado
apena por A Doutrina Secreta de 1888;
inclusive, foi revelado pela sobrinha de Einstein que este fora o seu livro de
cabeceira. Tamanha foi a comoção que intelectuais descobriram aí “algumas
teorias do conhecido físico”, segundo o site da Sociedade Teosófica. Mesmo
Thomas Edison chegou a aderir à Sociedade. Ambas as obras teriam sido ditadas
pelos Mestres, trazendo questões da ortodoxia religiosa, a fé cega, o ceticismo
e a ignorância com base em escrituras de todo o mundo.
Três eram as metas do trabalho da sociedade:
Primeira - Formar um núcleo de Fraternidade Universal na
Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor.
Segunda - Fomentar o estudo comparativo das Religiões,
Filosofias e Ciências.
Terceira - Investigar as leis inexplicáveis da Natureza e
os poderes latentes do homem.
A Sociedade Teosófica se expandiu rapidamente para
diversos países, porém levantando críticas e oposições. Blavatsky demonstrava
suas habilidades publicamente e dava entrevistas, levantando o interesse da
Sociedade de Investigações Psíquicas. Foi no ano de 1891, dia 8 de maio, que
Helena veio a falecer na Inglaterra por conta de uma gripe. Poliglota de sete
línguas, escritora, filósofa e ocultista, conhecedora de diversos países,
culturas e religiões, afastara-se do plano físico, porém deixara as suas obras
e a Sociedade Teosófica ao julgamento e encargo da posteridade.
Para os interessados, há um filme russo de 1991, chamado "Who Are You, Madame Blavastky?", pelo centenário de morte e que pode ser assistido em inglês nesse site. Uma curiosidade para os otakus é que dentro da série Fate, em Grand Order, há um epírito heróico invocado como servo Caster chamado Helena Blavatsky. Interessante, não?
Escrito por: Milena Câmara
De: Não Entre Aqui
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