(Fonte da Imagem: Google Imagens)
Existem algumas concepções de que a realidade não é aquilo que parece ser. Uma dessas ideias consiste em que temos o habito de crer apenas naquilo em que nossos olhos são capazes de contemplar. Outros ainda, dizem que é aquilo que pode ser sentido e administrado pelos cinco sentidos básicos. Então, após inúmeras divagações e experiências, poderíamos citar exemplos básicos que destruiriam tal noção do que é convencionalmente chamado de ‘realidade’, como por exemplo, sonhos. Sim, sonhos. A reflexão começa a ocorrer quando dependemos do cérebro, que é algo físico, mutável, deteriorável, portanto, limitado e falho. Não estou falando da mente em si, pois a mente é como se fosse uma entidade acima de sua parte física, o cérebro.
Nosso cérebro é capaz de criar realidades através de sonhos, visões e até mesmo em antecipações ou num extremo, ele cria sua própria realidade, como acontece com aqueles que carregam alguma doença psíquica.
Através dos sonhos podemos ver. A imagem, a ideia da visão torna isso algo até mesmo rotineiro para alguns. A Visão num momento de vigília nos é tão real quanto nosso corpo quando observado. Porém, nosso corpo, de uma forma mais singela, também não passa de uma memória, pois a cada momento que se passa, ele muda, ele deteriora, ele morre.
Quando sonhamos e não estamos cientes (que é o estágio da maioria das pessoas comuns), pensamos que é a realidade. Seu coração acelera ao medo ou na emoção vigente; seu corpo reage a dor, a estímulos, você sente medo e seu corpo reage de uma forma veloz, fazendo-o suar; seu coração bombeia velozmente seu sangue e sua adrenalina é produzida de uma forma abismal! Você acorda como se estivesse ‘preso’ nalgum lugar, como se fosse realidade! Quando você sonha com algo erótico, você acorda excitado e, algumas vezes, acorda sentindo um orgasmo (o que é mais comum na adolescência em si), ou se sentindo apaixonado por algo que na sua mente objetiva não existe. Oras! Então de onde saiu a ideia de que apenas o que você enxerga é real? E os filmes que assiste? E as ilusões de ótica das quais você sabe que são truques, mas que enganam fielmente os seus olhos?
Então me diga: o que de tão especial possui sua visão e seus sentidos que os tornam juízes do que é real ou não?
Exatamente: NADA.
Nossos sentidos são um alongamento extremamente curto do que podemos perceber do mundo a nossa volta. Sim, todos possuímos o que podemos chamar de ‘ferramentas’ numa analogia simples. Alguns possuem ferramentas diferentes, outros um numero maior delas e, consequentemente, outros possuem um numero extremamente limitado das mesmas. Isso não é predestinação, embora não há um descarte de que em alguns casos o serem por natureza, porém, estamos dizendo que ferramentas podem ser adquiridas e conquistadas, através de esforço e dedicação.
Não há uma concepção única do que seja a realidade, portanto, deve-se considerar até mesmo as visões daqueles que são chamados de ‘loucos’ pela nossa sociedade limitada e doente em suas necessidades vis, fúteis e pobres de mente e espírito.
O mesmo é dito sobre sons, vozes e percepções além dos físicos. Aliás, os que ultrapassam tais limites, alegam ouvir vozes nos ventos e na chuva, conseguem ouvir o som das pedras, da água e ainda mais, declaram que há cor nos sons e sons em cores, assim como formas que vêm com sensações físicas. É sempre bom possuir certos contatos com tais percepções e saber que o mesmo advém de muitas práticas e de uma mente cada vez mais aberta e de uma visão da realidade mais abrangente.
Vamos citar um exemplo básico de alguém que treina o próprio corpo, por exemplo, em correr. Essa pessoa irá realizar treinos físicos regulares, irá se alimentar de acordo, irá treinar corridas diariamente e, quando chegar o momento em que ela se sentir mais forte, irá aumentar a dose de todos os exercícios e assim estará avançando. Não é diferente de treinar seus sentidos e percepções, assim como a sensibilidade do espírito e da consciência do ‘Eu verdadeiro’, que poderia ser equiparado a intuição que conhecemos.
Quem nunca pensou ‘do nada’ “hoje é melhor eu ir por outro caminho”? Ou ainda: “não sei, mas não vou nesse local hoje”, ou: “ah! Hoje vou pegar outro ônibus/caminho” e em alguma dessas vezes ocorreu algo ruim nesses trajetos/locais? Alguns dos leitores poderão ter vivenciado tal experiência, outros conhecerão pessoas que deram tal “sorte”, porém, esse sentido “inexplicável” que nos faz mudar alguma rotina ou anteceder algum perigo, nada mais é do que nosso ‘eu verdadeiro’, a mente (como entidade) expressando uma vontade do seu próprio ‘espírito’, que nesse caso em específico, está em conexão com o universo, como se tudo fosse uma grande teia e sua intuição fizesse parte disso.
Chamamos tal sentimento de intuição pelo fato de não sabermos explica-lo racionalmente, porém, ao estudarmos e praticarmos ‘Magia’, nosso conceito do que é “racional” ou “irracional” deverá desaparecer em certas medidas. Nosso cérebro não é a melhor ferramenta, aliás, ele nos escraviza através do medo de situações anteriores, nos dá o que chamamos de ‘traumas’, intolerâncias e ideias que fogem do que nós mesmos dizemos ser “racionais”. Nossa Mente, por outro lado, é responsável pelas divagações filosóficas, pelos estados alterados de consciência e, inclusive, nos da opção de vermos tudo de uma forma mais clara, apenas imaginando a situação ou problema “de fora”, como se fôssemos outra entidade que não esta, para poder avaliar separadamente o que ocorre, e assim, podermos chegar numa solução realmente prática.
Num ponto mais profundo de bruxaria e da magia em si, aquilo que sua mente consegue produzir, aquelas situações que você é capaz de criar com detalhes impressionantes, como um futuro que desejas ou uma solução que consigas enxergar, nada mais é do que você mesmo criando realidades. “Ah! Mas muita coisa do que eu penso é apenas fruto da minha imaginação”. Sim, e frutos possuem sabor, assim como sementes possuem o poder de crescer. Nada em nosso planeta e no mundo dos Deuses fora criado sem uma semente. Aquilo que consegues enxergar é uma realidade, mesmo que você mesmo não consiga acreditar: aquilo existe em algum momento e você sente como tal, nem que seja por algum segundo.
A vida humana é efêmera, intensa, curta. E nesse pequeno espaço de tempo, podemos ser como nossos ancestrais: Os Deuses.
Aquilo que crias ao teu redor passa a ser tua realidade: se em tuas realizações és odiado, assim serás com o tempo. Se enxergares que és amado, assim serás. Se para ti, nada ocorre bem, então serás azarado. Se achares que é de sorte, então a sorte e a felicidade sempre estarão ao teu lado.
Isso não deve ser confundido com a ilusão, pois a ilusão é apenas mentira. E nesse momento, talvez até mesmo todos os seus aparatos e necessidades rituais também o sejam. Afinal, uma das lições que devem ser aprendidas é: quanto mais anos dedicados a magia em si e aos rituais mais complexos, menos dependentes dos mesmos você estará. Não por uma questão de conquistas materiais, mas pela compreensão e expansão tanto da Mente quanto do Espírito em si.
Óbvio que aqui entraria vários exercícios básicos para o treinamento da visão, dos sentidos, da audição, percepção e inúmeros outros, pois é partir do básico que tudo se inicia.
Isso se chama entender como as coisas funcionam e isso vai muito além da ritualística em si: isso ocorre na observação de comportamentos humanos, animais e até mesmo da natureza em si. Tudo isso é vindo de experiências e anos de práticas e muitas pessoas são capazes de realizar tal ato, cada um a sua maneira distinta e pessoal, cada uma ao seu tempo e ritmo.
Muitas vezes, se inicia certos chamados com textos prontos, longos, pomposos e até mesmo com inúmeras palavras rebuscadas ou fórmulas de Poder. Porém, com o tempo, tende-se a diminuir, pelo fato de que sua harmonização com tal energia aumente e comece a vibrar num ritmo mais próximo (ou no mesmo, durante a ritualística em si ou em situações próprias). Algumas vezes os chamados encurtam e se tornam mais rápidos, o Poder real chega de forma quase que instantânea, pois é como se o Caminho de antes estivesse mais acessível. Comparemos com um cano antigo, sem uso: assim seria certos canais para a maioria das pessoas. Quando elas trabalham e praticam certos exercícios energéticos, os “canos” sujos e enferrujados recebem tais energias e, depois que a energia (assim como a água) encontra o caminho inteiro, sua passagem é facilitada na próxima vez em que precisar percorrer por esses “canos”. Com o tempo, tudo fica limpo e esses mesmos “canos” se adaptam de forma límpida e precisa para tais energias, não apresentando nenhuma dificuldade para ser um condutor em si.
Assim como o violinista, o pianista precisa treinar a flexibilidade e precisão dos dedos, pois apenas conhecer as notas mentalmente não lhe da destreza necessária; o mesmo ocorre com o Artista Marcial, com o artesão, com o motorista e assim por diante. Trabalhar a percepção, a energia e tudo o mais que envolve magia, significa educar e trabalhar tudo aquilo que seja ligado à mesma.
Não há atalhos. Simples assim. Os fracos querem soluções instantâneas, preguiçosas, simples. Os fortes sabem que o Caminho é árduo e que toda a sua jornada depende de inúmeros fatores que apenas cada andarilho saberá dizer (ou não).
Esse não é um Caminho para os fracos.
Fonte: A Nona Geração
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