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Quando éramos crianças ela caiu e ralou o joelho, mas não caiu uma lágrima. Ela só riu.

“Eu vou pegar um band-aid, um rosa!” ela disse.

Quando seu primeiro namorado de verdade terminou com ela, ela riu e me deu braço dela para segurar enquanto voltávamos pra casa.

“Parece que somos as solteiras mais gatas da escola de novo.” Ela sussurrou na minha orelha, me fazendo rir também.

Quando ela precisou ir no médico cada vez mais, ela ficou animada.

“Talvez eu tenha algo totalmente desconhecido e eles coloquem meu nome na doença. Já pensou, que legal?!”

A leucemia foi muito agressiva, mas ela nunca reclamou, mesmo que estivesse com dor.

As vezes eu chorava vendo ela cheia de fios, mas ela sempre fazia uma piada pra que eu me sentisse melhor.

Mesmo nos seus últimos momentos, quando nós não conseguiamos parar de chorar, ela ainda dava um sorriso cansado e apertava minha bochecha com a mão fraca.

“Não se preocupe,” ela disse baixinho, “nós vamos nos encontrar no Céu. Eu sei.”

Eu não sou uma pessoa muito religiosa, mas a minha irmã me fez acreditar que existe um paraíso.

O que faz isso tudo ser muito mais difícil.

Eu comecei a escutar a minha irmã a noite, sabe? Começou com alguns soluços, baixinhos até. E então ela começa a dar um grito longo de partir o coração. O som que alguém deve fazer quando cai de um penhasco ou quando está sendo arrastada pro mato por algum estranho. Um grito sem esperança.

Eu quero acreditar que existe um Céu, de verdade.

Mas se ele é real...por algum motivo, a minha irmã não foi pra lá.




Traduzido por: Alicia Magalhães
Fonte: sixpenceee
De: Não Entre Aqui

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