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Imagem retirada do Google e editada




Palhaço Triste



A solidão doí, ainda mais quando acompanhada da presença de muitos que parecem não nos entender, compreender, perceber ou mesmo nos ver...

O mundo é escuro, sem luz, e nessa penumbra, sombras vagam de um lado para o outro, passam e vão, seguem seu caminho, mas uma figura parece me ver, a imagem não é nítida, pois o breu não permite que meus olhos tenham a visão total, não consigo entender direito, mas ao olhar para frente, sem sombra de dúvidas existe algo a me encarar... Tenho medo, evito ficar olhando fixamente, pois aquela figura sombria me parece ser um palhaço, mas não um engraçado e colorido, mas sim um palhaço em preto e branco, com olhos profundos e negros, face branca e sua boca não esconde nem por um milésimo de segundo a dor e tristeza que aquele palhaço sente. Detalhe, vez ou outra posso ver uma grande lágrima negra escorrer pelo branco de sua face.

Triste, ao ver isso fico ainda mais, e sinto em meu rosto minha tristeza escorrer, pobre coitado daquele assustador palhaço, apesar de ser assustador, começo a me identificar com aquela cabeça inclinada, pedindo ao menos um pouco de afago, uma gota de amor, mas além de medo, estou cansado, não encontro forças para levantar, e então fecho os olhos, pois assim me sinto protegido. Não consigo dormir, o cansaço faz meu corpo doer, ah esse cansaço de viver. Sinto que algo me chama, então volto a olhar, e por entre as sombras, o arlequim tétrico parece me chamar, pois com um de seus braços esticados parece que logo irá me tocar.

Sinto um gelo subir, medo igual pouco vezes eu senti, imagina a dor que sentirei ao aquele ser me tocar, meus olhos voltam a se fechar.

Adormeço, e a escuridão da falta de sonhos, faz a noite passar mais rápida que o tempo necessário para meu corpo descansar, abro os olhos, e noto que ainda faltam alguns minutos para o sol raiar, o escuro que se fez a noite toda em sonho ainda existe e é real, olho para frente novamente, e lá ainda está, aquele que me encarava, parece ainda estar ali esperando eu o ajudar. Inflo o peito, tomo coragem, me ergo em um só movimento, pois caso contrário poderia desistir de tal investida, os olhos estão semiabertos, pois sinto que minhas pernas querem evitar andar em direção ao bufão monocromático, quem diabos é tal infeliz?

Ando lentamente e percebo ele me fitar, meu coração está apertado, a tristeza dele impregna o lugar todo, tamanha melancolia fazem eu querer chorar, e pelos meus olhos semicerrados, vejo uma gorda e densa lágrima escorrer pela maquiagem branca, aquilo me dói, minhas pernas tremem, meus braços se cruzam em frente ao meu corpo, meu coração palpita, sinto que o suor faz meu corpo estar úmido, mas eu sinto frio, aquele ser está próximo, muito mais que eu gostaria, tento espiar, mas minhas pálpebras preferem ficar atrapalhando minha visão, por menos de um milímetro espio, e percebo que assim como eu, aquele ser começa a esticar o braço, em menos de um segundo vamos nos tocar, travo, fecho os olhos, todos eles, e então finalmente o toque chega.

É frio, duro, sem vida, sem dor... abro os olhos, e me vejo diante de um espelho.


 Este texto foi escrito com base em um relato de uma leitora que prefere não se identificar.


                                                                                                                       Escrito Por: Mário Resmin
                                                                                                                                   De: Não Entre Aqui




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