Como você quer morrer?

Faz seis dias.

Sem comida.

Três, sem água.

A poça de sangue secando no meu rosto, tão espesso e rígido, meu olho esquerdo fechado pelo líquido endurecido.

Incapaz de me mover, meus braços e pernas esticados, deitados no meu estômago.

Acorrentado a pregos de metal que foram martelados no piso de concreto do porão.

O rosto me encarando era de um homem anoréxico idoso, completamente nu, cabeça careca rachada e vazando cérebro e sangue.

Ele era meu sequestrador.

Ele se escondeu no banco de trás do meu carro, até eu sair do trabalho.

Eu o notei apenas quando a seringa mergulhou no meu pescoço.

Agora, no entanto, meu sequestrador era apenas um cadáver.

Em um golpe de sorte, ou intervenção divina, minha vida foi poupada.

Ele estava descendo lentamente as escadas, brandindo um estilete, olhando através de grandes olhos vermelhos, lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

"Como você quer morrer? Devo abrir sua garganta?"

Eu não queria nada além de viver.

Ver minha mãe e meu pai, meu irmãozinho irritante.

Puxando desesperadamente minhas restrições,

enquanto eu assistia horrorizado ao passo que ele descia em minha direção.

Mas antes que ele pudesse descer as escadas, o piso em que ele estava rompeu, e o homem caiu no chão.

Sua cabeça bateu no chão implacável com um baque repugnante, seguido imediatamente por respingos molhados, quando sua cabeça estourou como uma espinha.

Eu tinha sobrevivido, e assim que a ajuda chegar, eu estarei na minha casa aconchegante com minha família.

Mal posso esperar para ver...

O silêncio foi quebrado por um som silencioso de arranhar.

Meu sangue congelou.

Um rato pequeno apareceu e correu até o peito do cadáver do homem.

Cheirou, se moveu em direção ao pescoço dele, e sem hesitar, começou a morder a carne da garganta...

A mordaça ao redor da minha boca não me permitia gritar.

Fechei meu outro olho com força, e tentei pensar em outra coisa além do que eu tinha acabado de ver.

Até ouvir o barulho de arranhões ficando mais alto.

Senti algo contra a minha perna, rasgando meu jeans enquanto eu desesperadamente tentava afastá-lo.

Eu senti um nas minhas costas.

Abri os olhos e, para meu terror, o homem estava coberto de ratos, devorando-o furiosamente.

Eles se empilharam em mim, roendo as minhas roupas, frenéticos e determinados.

Meus olhos caíram sobre o estilete deitado ao lado do homem.

Eu olhei ansiosamente para ele, cobiçando o pensamento de enterrar a lâmina no meu pescoço.