O OBSESSOR - PARTE 1
Eu tinha apenas 10 anos quando meu amado pai faleceu de câncer no pulmão. Minha mãe, extremamente abalada, entrou em depressão pouco tempo depois. Os dois anos seguintes foram de puro sofrimento, tanto para ela quanto para mim.
Com 13 as coisas começaram a melhorar.
Minha mãe conheceu um outro homem e começou a se relacionar com ele. Havia muito tempo que não a via tão feliz e alegre, e as coisas começaram a melhorar para nós duas.
Nos meus 17, minha mãe se casou com este homem.
Três anos depois um acidente de transito tira a sua vida. Minha mãe, novamente, entra em profunda depressão, mas isto não era o pior se comparado com o que ocorreu seis meses depois.
Da forma mais dolorosa e traumática possível, perco completamente meu chão; minha mãe é... assassinada, na minha frente...
É difícil para mim compartilhar isso, mas preciso que você entenda, através de minha história, como as coisas são muito mais complexas e brutais do que a gente realmente acha que é.
Meses antes do falecimento de minha mãe uma série de assassinatos ocorreu em nossa cidade. Todas as vitimas eram mulheres, todas foram mortas a golpe de faca e todas elas tiveram uma parte de seu corpo levado como um troféu, uma marca registrada do monstro que as matou.
Até então não existia muitas pistas e a polícia se via pressionada pela mídia para resolver este caso que já estava causando pânico a toda a nossa cidade. Porém, foi justamente comigo e minha mãe que esta investigação policial teve um desfecho.
Infelizmente o custo para tal foi a vida de minha mãe.
O pior dia de minha vida...
Havíamos acabado de sair de um teatro, era perto da meia noite de sábado para domingo, fizemos o caminho de volta de lá até o metrô e, no meio do caminho, noto que estava sem meu celular. Olhei para minha mãe e a avisei sobre, ela me disse para que voltasse correndo ao teatro, pois provavelmente estava lá. Enquanto isso, ela me esperaria ali, naquela estreita rua que cortava uma avenida a outra, por entre dois prédios, a dois quarteirões do teatro. Disse a ela que já voltava, virando as costas e indo acelerada de volta ao teatro.
Quando virei a esquerda na ponta deste quarteirão, esbarrei em um homem e, automaticamente, pedi perdão pelo esbarro. Foi quando olhei para seu rosto, o tempo pareceu desacelerar enquanto em seu rosto se formava um sorriso amarelado. Segui meu caminho de volta ao teatro e quando cheguei, não fiquei nem dois minutos, pois alguém havia encontrado meu aparelho e deixado na recepção e, com pressa, fiz o caminho de volta até minha mãe.
Antes de chegar a rua estreita a qual havia deixado minha mãe esperando, senti um nó na garganta e um arrepio no corpo. Apertei o passo mais do que já estava apertado e, em menos de minuto, eu estava novamente àquela rua, mas minha mãe não estava lá, apenas a escuridão e o silencio preenchia aquela rua, coisa que mal havia notado antes de deixar minha mãe sozinha naquele local. Continuei caminhando e já estava quase na metade da quadra quando ouvi um gemido abafado e o som de algo caindo no chão.
O pior dia de minha vida...
Havíamos acabado de sair de um teatro, era perto da meia noite de sábado para domingo, fizemos o caminho de volta de lá até o metrô e, no meio do caminho, noto que estava sem meu celular. Olhei para minha mãe e a avisei sobre, ela me disse para que voltasse correndo ao teatro, pois provavelmente estava lá. Enquanto isso, ela me esperaria ali, naquela estreita rua que cortava uma avenida a outra, por entre dois prédios, a dois quarteirões do teatro. Disse a ela que já voltava, virando as costas e indo acelerada de volta ao teatro.
Quando virei a esquerda na ponta deste quarteirão, esbarrei em um homem e, automaticamente, pedi perdão pelo esbarro. Foi quando olhei para seu rosto, o tempo pareceu desacelerar enquanto em seu rosto se formava um sorriso amarelado. Segui meu caminho de volta ao teatro e quando cheguei, não fiquei nem dois minutos, pois alguém havia encontrado meu aparelho e deixado na recepção e, com pressa, fiz o caminho de volta até minha mãe.
Antes de chegar a rua estreita a qual havia deixado minha mãe esperando, senti um nó na garganta e um arrepio no corpo. Apertei o passo mais do que já estava apertado e, em menos de minuto, eu estava novamente àquela rua, mas minha mãe não estava lá, apenas a escuridão e o silencio preenchia aquela rua, coisa que mal havia notado antes de deixar minha mãe sozinha naquele local. Continuei caminhando e já estava quase na metade da quadra quando ouvi um gemido abafado e o som de algo caindo no chão.
Andei lentamente observando a minha volta. Havia mais a frente uma caçamba de lixo e, um pouco a sua frente, um portão que dava de entrada para os fundos de um antigo prédio abandonado. Assim que estive próxima o suficiente, notei que aquele portão estava entreaberto e, no mesmo instante, ouvi uma leve e abafada súplica por socorro.
Era a minha mãe.
Empurrei aquele portão com força e adentrei. Havia uma escadaria que levava para uma porta, no piso de cima e, abaixo, uma outra porta metálica. O som pareceu vir de cima e eu subi pelas escadas, com medo mas desesperada com o que quer que estivesse acontecendo com minha mãe. Eu cheguei a porta e a abri de supetão, meus olhos e cabeça faziam o mesmo movimento vasculhando o local mal iluminado, até que, em instantes, localizei ao olhar para o lado o qual a porta escondia, uma figura agachada de costas para mim que, num único movimento apunhala algo no chão, se virando logo em seguida com o barulho que a porta fez no momento em que abri.
No mesmo instante eu enxergo e, sem nem mesmo pensar, num espasmo, esbarro na porta que havia acabado de abrir e ela se fecha. A figura olha direto para mim e um sorriso se forma em seu rosto.
Aqueles dentes amarelos...
Minha mãe...
O Homem chega em mim num único pulo. Eu tento dar as costas e abrir novamente a porta que havia se fechado atrás de mim mas tudo o que pude fazer foi me esquivar e correr para a direção oposta, ainda presa dentro daquele local com aquele louco. Estava escuro demais, tropeço e caio no chão, ele logo se joga em cima de mim e me imobiliza. Estico minha mão em direção ao corpo de minha mãe caído no chão e suplico por ajuda, mas ela permanece imóvel.
- Mãe? Mas que ótimo dia! - ele diz, enquanto encosta sua lâmina em meu pescoço e aproxima seu rosto próximo do meu, sussurrando em minha orelha:
Aqueles dentes amarelos...
Minha mãe...
O Homem chega em mim num único pulo. Eu tento dar as costas e abrir novamente a porta que havia se fechado atrás de mim mas tudo o que pude fazer foi me esquivar e correr para a direção oposta, ainda presa dentro daquele local com aquele louco. Estava escuro demais, tropeço e caio no chão, ele logo se joga em cima de mim e me imobiliza. Estico minha mão em direção ao corpo de minha mãe caído no chão e suplico por ajuda, mas ela permanece imóvel.
- Mãe? Mas que ótimo dia! - ele diz, enquanto encosta sua lâmina em meu pescoço e aproxima seu rosto próximo do meu, sussurrando em minha orelha:
- Você atrapalhou minha diversão com aquela ali...
Ele fez uma pausa enquanto acariciava meu rosto, a luz da janela agora iluminava sua face e eu conseguia ver através de seus olhos que ele era insano, e iria me matar.
- ...bem no momento que eu mais gosto...
Ele inspirou profundamente e soltou o ar quente e pútrido ao lado de meu rosto, encostou mais seu corpo no meu e pude sentir uma protuberância em meu abdômen, justamente onde ele estava apoiado com sua cintura
- ...eu já estava todo excitado, mas devo ser sincero com você... meu tesão só aumentou...
Eu o suplico: "Por favor... não...".
Mas minha suplica não valeu de nada, e sua mão subiu por debaixo da minha camisa e começou a apalpar meu seio. Naquele instante eu vi que se não fizesse nada estaria morta. Eu precisava sair dali, minha mãe estava caída, eu precisava ajudá-la.
Enquanto ele me apalpava e bafava em meu rosto um cheiro de morte horrível, eu vasculhava discretamente o chão com a mão por algo e, quando finalmente encontro, desferi um golpe em seu rosto com o que quer que fosse que agarrei. Ele cambaleou para o lado, a faca que estava em meu pescoço me provocou um corte no mesmo instante. Levantei num pulo e disparei em direção a porta abrindo sem olhar para trás.
Mal atravessei e ele me agarra pelo tornozelo, me fazendo cair antes do primeiro degrau. Chuto sua mão que me solta, tento levantar mas caio novamente assim que piso em falso o primeiro dos degraus. Meu corpo cai rolando abaixo e minha cabeça bate contra o chão, me deixando tonta.
Eu olho para cima, ele está lá, frente a porta, numa cena horrível de puro filme de terror. A fraca luz do luar ilumina sua silhueta enegrecida pela sombra e acentua o brilho amarelado de seus dentes num sorriso insano, seus olhos brilham de forma que eu sinto a ameaça em seu olhar, penetrando diretamente os meus olhos, me causando um pânico desesperador. A faca brilha em sua mão e ele começa a descer. Eu tento me levantar mas cambaleio, ainda tonta, e vou ao chão outra vez. Me esforço para levantar, ficando de quatro, enquanto ainda tento me levantar e fugir dali.
Eu olho para cima, ele está lá, frente a porta, numa cena horrível de puro filme de terror. A fraca luz do luar ilumina sua silhueta enegrecida pela sombra e acentua o brilho amarelado de seus dentes num sorriso insano, seus olhos brilham de forma que eu sinto a ameaça em seu olhar, penetrando diretamente os meus olhos, me causando um pânico desesperador. A faca brilha em sua mão e ele começa a descer. Eu tento me levantar mas cambaleio, ainda tonta, e vou ao chão outra vez. Me esforço para levantar, ficando de quatro, enquanto ainda tento me levantar e fugir dali.
O portão ao qual entrei estava a apenas alguns metros, ali estava a rua, era só eu chegar ali e correr, correr sem parar até que alguém pudesse me acudir.
Mas com meu corpo sem equilíbrio, quase que instantaneamente, aquele monstro estava novamente em cima de mim. Ele me agarra pelo cabelo e me puxa, me levantando à força. Junta seu corpo do meu por detrás, apertando-me pela cintura e empurrando a ponta da faca em minha barriga. Meu instinto gritava em ondas de adrenalina, de medo, exigindo e se esforçando para se livrar e fugir daquele monstro. Sem me dar por vencida, debato com os braços e tento me livrar. Ele bufa, pressiona a lâmina com força a ponto de atravessar minha veste e perfurar minha barriga.
Tamanha foi a dor e minha reação ao ser esfaqueada.
Mas com meu corpo sem equilíbrio, quase que instantaneamente, aquele monstro estava novamente em cima de mim. Ele me agarra pelo cabelo e me puxa, me levantando à força. Junta seu corpo do meu por detrás, apertando-me pela cintura e empurrando a ponta da faca em minha barriga. Meu instinto gritava em ondas de adrenalina, de medo, exigindo e se esforçando para se livrar e fugir daquele monstro. Sem me dar por vencida, debato com os braços e tento me livrar. Ele bufa, pressiona a lâmina com força a ponto de atravessar minha veste e perfurar minha barriga.
Tamanha foi a dor e minha reação ao ser esfaqueada.
Dei-lhe uma cotovelada que acertou diretamente seu queixo, e ele me soltou. Cambaleei por alguns poucos passos, ainda com a mão na faca que permanecia em minha barriga.
- Volta aqui cadela! - ele profere me puxando pelos cabelos uma outra vez.
Mais uma vez vou ao chão, mas ele se atrapalha e cai por cima de minhas pernas. Me viro numa última tentativa de me esgueirar dali, a faca raspa no chão machucando ainda mais minha barriga e eu a agarro com a mão direita. O homem vem para cima de mim e com suas mãos firmes agarra meu pescoço.
Esta era minha única chance.
Eu puxo a faca de minha barriga e acerto com toda minha força restante no rosto deste homem que me solta no mesmo instante. Ele cai para o lado e começa a gritar e se contorcer em dor. A faca ainda em seu rosto. Me arrasto em direção ao portão, me apoiando e ficando sentada e inspiro e expiro profundamente, enquanto o homem ainda se contorcia caído no chão. O som de seu gemido em dor e de seu corpo se debatendo no chão era a única coisa que eu conseguia ouvir. Uma poça de sangue se forma e ele, em poucos instantes, para de se mexer.
Eu tapo meu corte com a mão, pressionando. Respiro por alguns instantes e então me levanto.
Eu tapo meu corte com a mão, pressionando. Respiro por alguns instantes e então me levanto.
Mãe...
Eu precisava voltar lá.
Com dois passos me aproximo do cadáver caído no chão e o observo, toda aquela adrenalina, minha respiração ainda ofegante, a dor tremenda em meu abdômem, os ralados, a dor na cabeça da queda, a leve tontura, vieram a tona no mesmo instante que um alívio correu meu corpo por aquele monstro estar morto, mas, tudo aquilo parecia um sonho, ou melhor, um pesadelo. Não parecia ser real. E, enquanto num passo cambaleante passei pelo monstro morto no chão, ele agarra minha perna, que dispara outra onda de adrenalina e temor em meu corpo. Quase sem forças eu caio sentada no chão e observo a cena horrorizada.
Mesmo com uma faca cravada em seu crânio, adentrando através de seu olho direito, aquele monstro continuou a se arrastar em minha direção, profetizando a minha morte.
- Eu vou matar você sua vagabunda... Eu vou pegar você... Eu vou pegar você... - enquanto sua mão ainda segura firme em minha perna.
- Maldito! Pega isso desgraçado! - eu gritei, e dou com o pé na faca em sua face que entrou mais ainda em seu crânio. Ele finalmente caiu ao chão e de lá não levantou mais.
- Maldito! Pega isso desgraçado! - eu gritei, e dou com o pé na faca em sua face que entrou mais ainda em seu crânio. Ele finalmente caiu ao chão e de lá não levantou mais.
Reuni o que me restava de forças e voltei para o local onde estava minha mãe. Me aproximei de seu corpo, ela não se mexia. Perto dela estava meu celular que havia caído quando tentei fugir daquele monstro a primeira vez.
1... 9... 0...
A história continua...
Esta história faz parte da série A Cidade Infernal
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