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Cheguei após a aula bem exausto, não estava pensando tanto no que eu vi no trabalho, minha mente já havia concluído que aquilo talvez fosse apenas meu cérebro me zoando.

Deitei e dormi.

Acordei por volta das 5:30 da manhã, novamente paralisado. Dessa vez não havia nada na minha frente. Mas tinha alguém, ou algo, comigo no quarto. Eu não conseguia mover minha cabeça nem meus olhos, estava literalmente congelado, mas ouvia as coisas do meu quarto se arrastando no chão. Era uma voz masculina, murmurando algo que eu não entendia, talvez nem fosse alguma língua que eu compreendesse.

Foi quando subitamente apareceu um homem ao meu lado na cama, ele me encarava com um rosto não humano, possuía um formato hexagonal como a figura geométrica. Ele não possuía nada em seu rosto, sem olhos e nem bocas. E então eu percebi, que ele não estava sozinho, a voz que eu tinha ouvido murmurar ainda estava ali no quarto, mas vindo da direção da porta, na qual não estava no meu campo de visão.

Senti um desespero consumir meu corpo quando inalei algo pútrido, uma junção de algo estragado com chorume. Um calor exagerado atingiu meu corpo, como se estivesse próximo de uma fogueira, de repente surgiu uma claridade muito grande no meu quarto, tão forte que me senti levemente sego por uns instantes.

Soltei um grito abafado, que me deixou consciente por alguns segundos, olhei rapidamente ao meu redor e caí no sono pesado novamente. É engraçado descrever esses acontecimentos agora, pois percebo como o cérebro é zuado. Eu deveria ter surtado quando acordei, mas apenas olhei para os lados e dormi novamente.

Meu celular despertou ás 7 horas. Fiz tudo como de costume e fui para o trabalho.

Dessa vez meu subconsciente não apagou a paralisia da noite passada. Eu estava cagando de medo ainda. Corri no whatsapp para falar com minha amiga Bruna, que acredita muito no paranormal, e contei o ocorrido. De primeira mão, não falamos nada demais, apenas que podia ser coincidência devido a pressão da mudança e de eu ter adquirido responsabilidades de adulto. Quer dizer,só podia ser isso né? Nunca tive paralisia do sono até aqueles dias, e eu estava estressado mesmo, talvez fosse por isso. Ah, como eu fui tolo, agora noto o quão lerdo eu fui. Após esse papo, resolvi contar pra ela tudo do meu trabalho e como estava indo, igual duas pessoas normais.

Aproveitei que havia aberto o Whats, e li o grupo de noticias, haviam mandado agora um artigo de falecimento de uma mulher que havia desaparecido tempos atrás, se chamava Gabriela Lara, não havia foto do rosto dela. Mas descrevia detalhadamente a cena em que seu corpo foi encontrado, o que achei pesado para se colocar em um site de notícias. Ela foi encontrada próxima a Prefeitura de Endemias da cidade, haviam partes de seu corpo que foram cortadas calculadamente, com o propósito de a fazer viver o máximo possível, o resto de sua pele parecia intacta, praticamente angelical, exceto pelos seus olhos que haviam sido queimados com o que a policia local concluiu ser uma espécie de ácido corrosivo. Os legistas estabeleceram que o horário de sua morte foi ás 4 horas da manhã do dia 24 de janeiro de acordo com o estado de decomposição do corpo.

Após ler essa notícia, voltei para o mundo real e reparei que meu chefe estava na sala não fazendo absolutamente nada também. Na verdade ele estava ouvindo a rádio Villamix no computador, o que de certo modo achei bem cafona, quem diabos ouve rádio no computador? Cada um com seus costumes né.

Rodrigo me informou que o local de trabalho tinha wi-fi, mas que somente o Rafa da T.I sabia a senha, hesitantemente fui até ele perguntar.

Entrei na sala, mas não havia ninguém, apenas um computador ligado com algum programa aberto. Como sou curioso, fui olhar de perto, aparentemente era um sistema de monitoramento de pesquisas on-line, ou seja, tudo o que você pesquisa na internet deles, fica registrado. Ignorei totalmente já que é normal locais públicos possuírem esse tipo de administração, e parti para o que importava.

Sim, resolvi ver se a foto na parede era mesmo da mulher que se matou dias atrás. Procurei ligeiramente com medo de que a qualquer momento a porta pudesse se abrir. Encontrei ela bem no meio de 2 cartazes de teste de AIDS, lá estava ela, sorrindo encantadoramente para a câmera. É triste olhar uma pessoa feliz daquele jeito sabendo que tempos depois, ela viria por fim á sua vida. Peguei a senha do wifi que estava escrito em um papel colado no mural e digitei em meu celular enquanto pensava sobre o que estava acontecendo.

Me retirei da sala em direção da sala onde trabalho, já eram 14 horas, fui dispensado pelo meu chefe sem ter feito absolutamente nada naquele dia, amava meu trabalho.

Cheguei em casa pronto para almoçar pela primeira vez, acho que todos os pesadelos que tenho tido estão me dando apetite, quando a Bruna me mandou o link da notícia que eu já havia lido naquela manhã, dizendo:

Bruna: “Você viu isso? Que bizarro”.

Eu: “Vi sim, aparentemente várias pessoas desapareceram aqui nos últimos tempos”

Bruna: “Viu o horário da morte dela?”

Eu :”hum, deixa eu lembrar, 4 da manhã né?”

Bruna: “sim, exatamente o mesmo horário que você acordou e teve paralisia do sono pela primeira vez.”

Eu: “kkkkk deve ser só uma coincidência, com certeza já estou melhor,”

Bruna: *imagem*

Baixei a foto que ela havia me enviado, novamente, aquela crise de ansiedade me atacando. Meus dentes mordendo levemente minha bochecha, minhas mãos tremendo, estava em estado de choque, como diabos aquilo era possível?

Era uma foto da mulher que foi encontrada morta, era a mesma mulher que tentou me estrangular durante a paralisia do sono dias atrás. No mesmo dia e no mesmo horário de sua morte.

Aquela noite, fui dormir horrorizado, não conseguia processar porque aquilo estava acontecendo comigo, não fazia o menor sentido.

Foi quando me lembrei do patrimônio que eu havia transferido sob ordens do meu chefe, G0400L, horas depois da morte de Gabriela Laura ás 4 da manhã.

***

Leia Mais: Eu não como mais carne - Parte 4
Escrito Por: Matheus Muniz
De: Não Entre Aqui

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