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Acordo escutando leves batidas na porta do meu quarto - que, obviamente, está fechada.

- Quem é?! - minha voz sai embargada de sono e raiva por terem me acordado.

Porém, as batidas continuam.

- Vão se fuder! - sinceramente, meus irmão não tem o que fazer.

Após alguns segundos de eu me virar para tentar dormir de novo, eu escuto novamente as batidas.

Eu pulo, bravo, da cama, e vou até a porta, pronto para xingar de todos os nomes possíveis quem me perturba. Porém, quando eu abro a mesma, não encontro nenhum anãozinho chato e chorão, mas sim, uma caixinha quadrada, com um embrulho vermelho e um laço verde em cima - onde, anexado, tinha um bilhete.

Lembrando que já passa da meia-noite - o que significa que é natal -, eu reviro os olhos.

- Mãe, eu não sou mais nenhum tipo de bebê que acredita em Papai Noel, acho que deixou isto na porta errada! - mas nem minha mãe e nem ninguém me responde.

Suspirando, eu pego a caixinha e começo a ler o bilhete.

"Olá, Jenny!

Você realmente foi um bom menino esse ano!
Levando isso em conta, preparamos uma surpresa para você!

Siga e pegue os presentes, abrindo-os apenas quando chegar à árvore de natal!

Lembre-se, se abrir os presentes antes de chegar na mesma,
você irá para a lista dos malvados!

E não queira saber o que acontece com os malvados...


Boa caça aos presentes! Esperamos que o que pediu de natal seja satisfatório.

Att, 
Sr. Noel."

Sabe, se eu não estivesse tão puto da cara e com tanto sono, eu teria rido.

Acho que meus pais esqueceram que eu tenho 17 anos. E, fora isso, eu pedi alguma coisa de natal?

Curioso para saber do que essas coisas se tratavam, eu olhei para fora do quarto.

As luzes natalinas - colocadas em todos os cômodos pela minha mãe - piscavam alegremente em tons de verde e vermelho, seguindo pelo corredor até a escadaria. Os enfeites pendurados nas paredes e nos pequenos ramos pendurados nos pisca-piscas brilhavam por causa das luzes, como as paredes brancas e o chão de madeira.

As postas dos quartos de meus pais e meus dois irmãos estavam abertas.

Seguindo pelo chão até a escadaria, havia uma trilha de presentes de todos os tamanhos e embrulhos diferentes.

Chocado e maravilhado ao mesmo tempo, minha boca fica em formato de O. Onde eles esconderam tudo isso de mim? O que seriam todas essas coisas?

Pegando um a um, eu carrego todos os presentes em meus braços.

Alguns eram muito pesados, outros nem tanto. Alguns nem pesavam quase nada. Embora meus braços sejam magrelos, essas são as vantagens da academia, meu bem.

Seguindo a trilha de presentes, eu desço as escadas que dão para a sala de estar e sigo para a sala de jantar. Os presentes bloqueiam um pouco minha visão, mas com sorte eu não tropeço em nada.

Eu empurro com meus pés os últimos que levam até a árvore de natal.

Largo "cuidadosamente" os presentes no chão, torcendo para não ter quebrado nada.

Pego o primeiro e chacoalho.

Não era nem um pouco pesado, como se não tivesse nada dentro da caixa, mas era possível escutar algo remexendo em seu interior.

Rasgo o embrulho, curioso, e olho dentro da caixa.

Eu paro, tentando entender.

Era uma... Unha?

Sim, era uma unha. Inteira. E pequena.

Já não tão animado como antes, pego outro.

Repetindo o mesmo processo, eu olho dentro da caixa e sinto meu sangue gelar.

Havia um maço de longos cabelos negros dentro da caixa. As raízes do cabelo pareciam estar sujas de sangue. Pareciam ser da minha irmã.

Após pensar um pouco, dou uma risada nervosa, pensando que se tratava de uma brincadeira, e pego outra caixa.

Dessa vez, era pesada.

Repito o mesmo processo e, temendo olhar dentro, eu viro a caixa de ponta-cabeça e espero cair o que tinha dentro.

Com um grito de puro desespero, eu me afasto dando um pulo para trás e caindo de costas.

No chão, olhando para mim, estava a cabeça da minha mãe, completamente branca, com uma expressão assustada. Seus cabelos - antes compridos, lisos e loiros - estavam totalmente bagunçados e sujos de sangue.

Olho desesperado para os outros embrulhos, sentindo as lágrimas em meus olhos.

Pego um qualquer e rasgo desesperadamente, encontrando, dentro da caixa, uma pequena unha pintada de rosa.

Em outra, o resto de uma mão, sem as unhas.
Em outra, um olho azul.
Em outra, curtos cabelos ruivos.
Em outra, um dedo com um anel, que seria do meu namorado.

Estando em prantos, eu levanto do chão e subo correndo para os quartos, procurando alguém da minha família ainda existente naquela casa além de mim.

Ninguém.

- Clary! Luck! - grito o nome dos meus irmãos, pedindo para responderem. Mas nada acontece.

Quando entro no quarto dos meus pais, já nem sentindo minhas pernas, eu caio de joelhos ao ler o recado na parede.

Eu lembro do meu pedido de natal. Lembro das tantas vezes que o repeti, em brigas idiotas com meus pais ou meus irmãos. Da maneira fria que o disse a meus pais, antes de dormir. Soluço mais lembrando que foi a última coisa que disse a eles.

Eu disse inúmeras vezes que eu queria ter nascido em outra família. Que eu queria outra família. Que eu não queria viver nessa família.

Escrito com sangue na parede, dizia:

Feliz Natal.

Essa é uma história dos Fãs, escrito por: Uma Nerd Aleatória
Inspirado no Livro: "Eu Sei Onde Você Está"
Disponível em: Ler Pode Ser Assustador e Não Entre Aqui

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email: rookurou@gmail.com

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