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Fonte: Google Imagens - Ilustrativa

Essa noite foi pesada, fazia tempo que eu não tinha pesadelos.

A casa estava toda escura, reconheci a janela e porta mas sei que elas não existiram de verdade. Era um quarto com cama, poltrona e uma maca bem no centro.

Olhando para baixo eu conseguia ver minha barriga, creio que já era de 9 meses. Uma enfermeira entrava no quarto. Em um instante eu estava sozinha no outro meu marido estava na poltrona ao meu lado segurando em minha mão com instruções precisas e claras de sob nenhuma circunstância, olhar para mim.

Eu me via deitada na maca completamente nua. Gritava de dor mas não a sentia de verdade. A criança estava vindo e um pânico tomou conta de mim. A cena estava ficando escura, mas tudo mudava de tempos em tempos.

A enfermeira saiu do quarto e me deixou na maca, pedindo que eu ficasse acordada. Ela voltou com luvas, máscara e um bisturi maior que o normal. Eu sabia o que iria acontecer. Ela nem ao menos tentou saber se eu tinha passagem para parto normal e foi logo segurando em minha cintura e fazendo um corte preciso da esquerda para a direita.

Eu não sentia dor, mas sabia que devia gritar.

Meu marido suava e me segurava com força, mas eu não sentia seu toque por completo. A enfermeira saiu da sala novamente e voltou com um enorme espelho, ela dizia que era fundamental que eu o olhasse e visse todo o procedimento sendo feito. Minha expressão era de medo e agonia.

Ela cortava camada por camada da minha pele até que não consegui mais mexer as minhas pernas, ela abriu meu ventre e colocou a mão dentro, retirando um bebe e o atirando no chão. Passado alguns segundos, agita a mão dentro de minha barriga, tira outra criança e me entrega.

Meu marido se levanta e me olha, ele para de se mexer, eu tento me levantar mas caio com um baque forte no chão. Meu bebê não chora, não respira. Eu entro em desespero e bato em sua costas até que uma pasta branca saia de sua boca e eu ouça seu choro.

Entrego minha filha ao meu marido que agora chora olhando para mim enquanto tento parar a enxurrada de sangue que sai do corte profundo, mas em vão. Tento ao máximo segurar um lado da barriga na outra para que meus órgãos não saiam pelo buraco.

Só tenho tempo de dizer algumas palavras:

Eu não vou conseguir, cuida dela para mim.

Escrito por: Camila Cruz
De: Não Entre Aqui

Pesadelos reais de Camila Cruz

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