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Após descobrir o que havia acontecido aquele dia, obviamente que minha noite seria um tanto conturbada. Na notícia mencionada na parte anterior, havia ainda uma foto da pobre vítima anexada, ela possuía uma aparência normal por assim dizer, morena, rosto levemente desproporcional, olhos azuis e possuía uma leve cicatriz na bochecha direita. Fiquei cerca de 10 minutos lendo e relendo o artigo tentando processar o que eu quase havia presenciado.

Decidi então fazer o que todo universitário faz quando se tem um problema que não pode ser resolvido, eu fui dormir e faltei da aula naquela noite.

Abri os olhos por volta das 4 da manhã, não conseguia mover meu corpo, eu estava em uma espécie de transe. Era óbvio que era uma paralisia do sono, mas é incrível como quando ela ocorre, seu cérebro simplesmente não consegue processar essa informação e passa a acreditar que é real.

Eu estava obviamente deitado, havia uma mulher em cima de mim com os joelhos em cima dos meu braços de forma que eu não conseguia me mover. Estava sentada em cima do meu peito e com as mãos em volta do meu pescoço. Eu não conseguia esboçar surpresa ou um olhar amedrontrado, apenas queria gritar por ajuda ,mas minha voz falhava miseravelmente.

Comecei a sentir uma falta de ar horrível, como se meus pulmões tivessem condensado dentro de mim e não aceitassem mais oxigênio. De imediato eu levantei meu pescoço e por cerca de 5 segundos eu estive lúcido, olhei ao meu redor, não havia ninguém. Mas uma coisa havia me arrepiado os pelos até em locais que não sabia ser possível, meus braços e meu pescoço estavam doloridos, nesses poucos segundo de lucidez consegui olhar para o meu braço esquerdo e havia uma mancha vermelha em cima dele, igual as que ficam no corpo quando você dorme e faz pressão no local, mas eu estava de barriga para cima, meu braço não encostava-se em nada. E simplesmente, caí no sono novamente.

Acordei novamente 7 horas da manhã, tomei banho, me arrumei e fui novamente para o trabalho.

Demorou cerca de 2 horas para eu me lembrar o que havia ocorrido na noite passada, por algum motivo meu cérebro tratou aquela paralisia como um sonho comum, e apagou da minha memória por um tempo. Me encolhi na cadeira do escritório sem saber se sentia frio por medo do ocorrido, ou por conta da merda do ar condicionado que estava nos 15 graus.

Era por volta das 11 horas da manhã quando meu chefe me passou um trabalho simples, eu deveria transferir o patrimônio G0400L para um outro local, que também era nomeado por número e letras do qual não me recordo. Ah, meu primeiro patrimônio transferido, como eu poderia esquecer né? Essa merda foi o Stopim de praticamente todos os acontecimentos terríveis que eu viria a presenciar.

Fiz o que me foi ordenado, simples e rápido, não levei mais de 5 minutos para realizar a tarefa.

Tive alguns minutinhos para ficar mexendo atoa no computador, quando achei um arquivo chamado “problemas 2017”, abri o arquivo .txt que não continha nada mais que um número de patrimônio “O0532P”. Ignorei aquilo e voltei a surfar na internet (porra eu amo esse termo).

Quando faltavam apenas 10 minutos para eu ir embora, Rodrigo me pediu para ir até a sala de T.I para scannear um papel pra ele. Assenti e fui até o local.

Como eu não fazia a menor ideia de como utilizar o scanner, pedi ajuda de um veterano que trabalhava no local chamado Rafael. Enquanto ele fazia o meu trabalho, fiquei andando pela sala apenas olhando os cartazes na parede, a única coisa demais que havia ali, era um cartaz de desaparecido de anos atrás. O homem se chamava Onorico Pereira e possuía 70 anos, achei de certa forma interessante, mas nem prestei muita atenção nas feições dele e ignorei, afinal todos os dias alguém desaparece em diversos locais do mundo.

Rafael, ou Rafa, como irei me dirigir a ele daqui pra frente, me cutucou e me entregou o papel scanneado e um pendrive com o arquivo. Enquanto agradecia, reparei que ele era mais velho do que aparentava. Possuia uma barriga de chopp, barba mal feita, cabelo praticamente raspado, olhos bem separados e mais nada que me chamasse atenção. Me virei para sair da sala, e na minha visão periférica vi colada na parede em meio a tantos cartazes e papéis que já deviam ter ido ao lixo, uma fotografia, não olhei por mais de 2 segundos. Assim que bati o olho na foto, imediatamente senti um enjoo, meu cérebro processou que seria errado eu parar e ficar encarando-a, então segui para fora do local.

Estava tentando entender o que eu havia visto. Será que minha mente não estava me pregando peças?

Na foto, bem no canto da imagem, sorrindo olhando para a câmera, estava a mulher que se matou no dia anterior. Não é um motivo para me fazer ficar chocado, mas naquele dia em questão, eu não vi absolutamente ninguém no trabalho de luto, tudo parecia normal, ninguém sentiu falta dela.

***

Leia Mais: Eu não como mais carne - Parte 3
Escrito Por: Matheus Muniz
De: Não Entre Aqui

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