- PARADAS!!...
Erick fechou os olhos e ouviu o caminhar de alguém atrás
deles, abrindo os olhos percebeu que não foi o único a ouvir.
- Aconteça o que acontecer, não se mexam e nem olhem para
trás...
Erick instruiu a todos mas Megui não deu ouvidos e mais uma vez tentava
abrir a porta desesperadamente.
- Não vai morrer ai...
A voz que falou parecia debochar.
Com um estralo alto, Erick
e Aline se assustaram quando o chão pareceu tremer e uma garra quase invisível
negra perfurou a perna quebrada de Megui e a arrastou enquanto gritava por
ajuda.
- NÃO, NÃO NÃ...
Os gritos de súplica foram abafados por um engasgar liquido,
Aline não se conteve e olhou o que estava acontecendo. Ela olhou bem a tempo de
ver uma figura alta e negra como sombra, perfurar a barriga de Megui com o que
parecia uma garra agulha.
Megui engasgou com o próprio sangue escorrendo de sua boca,
ela virou o rosto para a direção dos amigos e sibilou...
Aline viu o exato momento que a figura começou a tremer em um
espasmo de risos. A medida que a garra levantava e caia violentamente em
direção a barriga de Megui.
Aline viu a oportunidade de segurar o braço de Erick e
correr em direção a única porta perto que encontraram.
A porta a direita.
Assim que chegaram, Erick se apressou em virar a maçaneta, para o
seu alívio a porta estava destrancada.
Assim que saíram do hall de entrada, perceberam que esta porta de
algum jeito dava para os fundos da casa. Os fundos era coberto por um mato alto
e seco, fedia a carniça, mas Erick e Aline pareciam não se importar, avistaram
um portão ao final da trilha de pedras que levava a este ponto.
Erick rapidamente grita para Aline:
- Rápido vá por ali!!
Aline virou instantaneamente para o amigo, e o viu olhar para
baixo com a expressão em completo choque.
A garra o havia atravessado na direção do diafragma.
Ele sangrava. Olhando para Aline, ele sorriu e sibilou: "Corre por favor..." e seus olhos arregalaram ainda mais a medida que a garra ia
levantando seu corpo do chão. O peso do seu corpo fez a garra rasgar a pele em
direção ao pescoço, fazendo sangue jorrar do ferimento exposto.
Aline Percebeu a porta ainda fechada atrás de Erick e nenhum dano
causado pela garra que atravessava a porta.
Aline gritou ao ver o corpo de Erick se partindo ao meio e
correu... ao correr olhou para os lados desesperada e viu o motivo do cheiro
podre...
Corpos e mais corpos amontoados. Todos eles divididos em alguma
parte do que restou do corpo. Aline correu em direção ao portão e Erick tinha
razão, estava destrancado.
Aline jogou o próprio corpo contra o portão para abri-lo, assim
ela caiu na calçada se vendo livre daquela maldita casa e o que quer que tenha lá dentro.
Aline correu, não parou, nunca parou...
Depois do que parecia dias ela parou... parou de cansaço mas
desejaria nunca o ter feito. Ela estava correndo em círculos pela casa... Ela
passara dias correndo, sua mente a mostrava que ela estava longe o suficiente
para parar, mas, assim que olhou para os lados percebeu com um choque de
realidade que passara dias correndo em volta da casa. Ela ouviu gargalhadas
vindas de dentro da casa e como num impulso incontrolável voltou a correr.
Correu até suas forças se acabarem.. não conseguia parar, cada passo a mais que ela dava sentia um
pedaço de sua carne soltar de seus pés... A cada passo que dava sentia seus
ossos se partirem abaixo do joelho...
Ela não parava.. e nem iria parar.
Aline já estava morta, e sua alma estava fadada a fugir daquele
lugar horrível por toda a eternidade.
E você? Gostaria de uma festa de despedida também?
Escrito por: Camila Cruz
Que final em, que escreveu não curte muito finais felizes....
ResponderExcluirnão poderia ser clichê
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