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Fonte: Google imagens - Ilustrativa


Sou recém separada, por conta disto eu e minhas duas filhas tivemos que nos mudar, saímos de nosso apartamento, e ao procurar por casas, encontrei uma boa, próximo a casa de minha mãe, com um bom preço de aluguel.

Fiz todos os tramites, e estava carregando as minhas coisas no carro para nos mudarmos, quando minha filha mais nova de 3 anos chegou com um livro na mão, e me perguntou:

—Mamãe, porque essa tia tem cordas na cabeça?

Ao olhar, vi que ela tinha um livro da Rapunzel em mãos, a representação da capa era o príncipe subindo a torre pelas tranças da protagonista, e assim expliquei pra ela:

— Filha, não são cordas, e sim tranças, mas assim que chegarmos na casa nova a mamãe lê esse livro para você. Pode ser?

— 'Ta' bem mãe, mas essa trança parece corda...

Ri da frase dela, e a coloquei na cadeirinha no banco de trás do carro, ela não largou o livro, e eu podia a ver admirar a ilustração na capa do livro. No caminho que se seguia, eu vez por outra olhava para ela pelo retrovisor e percebia-a olhando para o livro e por vezes repetia a palavra “trança”.

Chegamos na casa nova, e antes de descarregarmos as coisas passamos na casa de minha mãe e a pegamos para ajudar na mudança. Eu e elas começamos a descer as coisas, e minhas filhas ficaram dentro de casa, a mais velha de 9 anos desencaixotava algumas coisas, enquanto a mais nova ainda admirava a capa do livro.

No entra e sai do descarregar das caixas perguntei para minha mãe se ela sabia do porque de essa casa tão boa estar com o valor de aluguel tão acessível, ela não soube me responder, mas ponderou, que poucas vezes viu pessoas ali, a não ser o pessoal da imobiliária que seguidamente renovava os cartazes de aluga-se em frente à casa.

Ao passarmos no quarto que seria o quarto das meninas, vimos que a minha filha mais nova, estava do lado de fora da porta, olhava para dentro do quarto, fazia caretas abrindo muito a boca e retorcendo os olhos, e pulava sacudindo os braços ao lado corpo como se estivesse se debatendo, fazia isso e ria. Não demos importância, e seguimos nosso trabalho, mas aquela cena se repetia mesmo após acabarmos de descarregar as coisas do carro. Daí perguntei a ela:

— Oi filhinha, o que você está fazendo?

— 'To' imitando a “Rapunzel” mãe...

Não entendi direito, mas cansada, deixei aquilo quieto, apesar de as caretas dela já estavam começando a me assustar, e os pulos tremendo os braços ao lado do corpo eram no mínimo algo estranho.

Começamos a tirar as coisas das caixas, e ao tirar da caixa a guia de cachorro, que usávamos para passear com o pug de minha ex-sogra, vi minha filha se aproximar, pois ela adorava o Otto (nome do pug), já me preparava para dar uma explicação de que não veríamos o Otto hoje, pois era ela que mais o levava pela guia quando passeávamos. Mas para minha surpresa ela não pergunta do Otto e sim diz:

—Mãe, usa a corda do Otto para fazer uma trança em mim!?!

Estranhei, mas coloquei a guia ao lado dos cabelos dela, e ela disse:

—Não assim mãe, igual da “Rapunzel”...

E ao falar isso, ela passou a guia em volta do pescoço, tirei e disse:

—Você 'tá' louca guria? A Rapunzel não enrola as tranças no pescoço.

Falei isso mostrando para ela a capa do livro, e então ela me diz:

—Não essa “Rapunzel” e sim aquela que to imitando ali...

E fez isso apontando para a porta de um quarto vazio.


Escrito por: Mário Resmin
De: Não Entre Aqui

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