Louise acorda de um sonho incomodo e decide tomar um banho.
Seu banheiro é grande, com cerâmicas brancas e uma claraboia no alto de uma das paredes. Hoje ela está sozinha, seu namorado precisou viajar de última hora, pouco antes de acordar. Louise começa seu banho tentando se lembrar de seu sonho e logo desiste, relaxando, sendo embalada pela água morna que escorre por todo o seu corpo, livrando-a de qualquer resquício de incomodo.
Ela está imersa em pensamentos e não percebe o silêncio que se instala do lado de fora. Enquanto lava seus cabelos, as luzes de toda a casa começam a piscar, mas, dentro do banheiro, ela mal percebe. De repente, pode-se ouvir o barulho de bolhas vindas do ralo, e uma água escura, asquerosa e muito densa começar a emergir de lá. Louise em primeiro instante não se abala, pois imagina ser um entupimento comum, mas logo vê que algo está errado.
O volume de água aumenta e ela desliga o chuveiro, anda até a porta na tentativa de sair dali, mas sem sucesso, a porta estava trancada. A água que cada vez se torna mais nojenta começa a subir e a luz fica trêmula, começando a deixar formas turvas na superfície da água por todo o banheiro. O silêncio dentro da casa e a água asquerosa continua a subir e cada vez mais rápido. Louise sobe no sanitário e grita por ajuda. Em poucos instantes a água já está na altura de seu peito.
Logo ela começa a sentir a presença de algo a mais junto a ela, por baixo da água densa. Ela continua as súplicas por socorro, mas sem sucesso.
O ferro que gradeia a claraboia não é tão forte permitindo que se quebre, Louise tem um fio de esperança em acabar com aquele pesadelo, mas seu corpo é incapaz de passar, fazendo com que o panico se instale ainda mais. Ela se vê novamente a mercê de 'seja lá oque' estaria ali com ela.
Do lado de fora apenas silêncio.
Ela desiste de gritar por ajuda e olha para trás, somente a tempo de ver algo desaparecer em meio a nebulosa nojeira. Algo a observava. O pânico toma conta novamente, o sentimento de agonia e o medo iminente de não saber o que a aguarda.
Com a respiração entrecortada e quase sem forças para se manter próximo ao teto, ela vê algo emergir daquela escuridão. Uma criatura com fios de cabelo ralos, porém grossos e pegajosos, extremamente nojenta.
A criatura começa a se aproximar sem fazer sequer uma ondulação ou barulho. De repente, a criatura some e agarra Louise pelo pé, a puxando para dentro da podridão. Nesse momento a água estava mais funda do que era fisicamente possível. Louise tenta gritar por ajuda, tenta se soltar e se debate violentamente, espasmando, sentindo seus pulmões queimarem ao serem invadidos pelo líquido espesso.
Seus olhos se fecham.
Louise acorda de um sonho incomodo, está completamente encharcada pelo suor. Ela olha para o lado de sua cama e nota que seu namorado não está lá. Não se recordando sobre o que sonhou, sente que precisa de um banho.
Assim que começa a relaxar com a água morna em seu corpo, seus olhos ficam parados por um segundo no ralo.
Cabelos negros, ásperos e nojentos então por toda parte.
As luzes piscam.
Ouve-se o som da tranca da porta do banheiro, seguido do borbulhar das bolhas dentro do ralo...
Escrito por: Camila Cruz
De: Não Entre Aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O NEA agradece o seu contato, responderemos em breve!
Continue navegando pelo nosso blog e conheça nossas redes sociais
--------
https://www.facebook.com/naoentreaqui.blogspot
-------
https://www.instagram.com/nea.ofc/